Milhares de bancários e bancárias de norte a sul do Brasil cruzam os braços por tempo indeterminado a partir de hoje. De forma unificada, os trabalhadores do sistema financeiro vão a luta em resposta aos bancos públicos e privados que se negam a debater com seriedade as reivindicações dos trabalhadores.
19 de setembro de 2013
INTERSINDICAL
Nesta quinta-feira, dia 19, milhares de postos de trabalho estão paralisados, demonstrando o descontentamento da categoria bancária com os salários e, principalmente, com as condições de trabalho. Santander, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa, entre outros, a indignação dos trabalhadores vai se transformar nos próximos dias em ações concretas contra a exploração a que somos cotidianamente submetidos.
Pressão por metas, assédio moral, terceirizações e salário arrochado são a realidade dos bancários. É muito sufoco. Enquanto isso, os bancos seguem lucrando como nunca. Nos próximos dias, os trabalhadores devem ampliar o diálogo com a sociedade, denunciar o que os bancos fazem com bancários e a população brasileira para atingir tantos lucros e exigir o atendimento das reivindicações.
“Diante de tanto descaso dos banqueiros e do governo demonstrado nas negociações, bancários e bancárias devem seguir o exemplo da população que saiu às ruas em junho contra o aumento das passagens: vamos romper o silêncio e manifestar nossa profunda indignação com esse sufoco”, afirma Eneida Koury, Secretária-Geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Esse é o melhor momento para mudar as condições de trabalho impostas nos bancos. Exigimos o fim da pressão por metas e medidas duras para impedir o assédio moral que atormenta nossa vida. Além disso, os bancos têm de apresentar propostas com valorização do piso e reajuste salarial condizente com nosso esforço cotidiano.
O lucro dos bancos não deixa dúvidas: eles podem atender nossas reivindicações. Mais que isso. Eles podem e devem mudar o modelo de gestão baseado na pressão por metas e no assédio moral. As condições de trabalho impostas nos bancos são um problema para milhares de bancárias e bancários, mas prejudicam, também, a população e os clientes, que são obrigados a comprar uma infinidade de produtos só para aumentar o lucro dos banqueiros.
Ainda não temos um quadro mais detalhado da paralisação no plano nacional, mas as primeiras informações dão conta de que a categoria deve repetir uma forte, apesar das dificuldades de impostas pelo altíssimo grau de informatização e terceirização do sistema financeiro.
“Em São Paulo onde trabalham cerca de 130 mil bancários espalhados em cerca de 4 mil locais de trabalho o desafio de paralisar as unidades é grande. Hoje a greve chegou em centenas de agências de todos os bancos e alguns departamentos, particularmente dos bancos públicos, mas também de bancos privados como o Itaú Patriarca, onde trabalham cerca de 2 mil bancários. Amanhã haverá um reforço nas paralisações das demais concentrações e prédios administrativos dos bancos”, afirmou Manoel Elídio, o Mané Gabeira, funcionário do bancos Itaú e dirigente nacional da Intersindical Bancária.