A Universidade de São Paulo virou uma verdadeira Praça de Guerra no final da tarde de hoje, a polícia de Serra perseguiu e bombardeou estudantes, funcionários e professores. Desde a entrada principal da USP a tropa de choque fez uma verdadeira varredura, batendo em quem encontrava pela frente, usando bombas de efeito moral, balas de borracha, gás pimenta. O prédio da faculdade de História foi cercado, dirigentes sindicais e manifestantes foram presos, entre eles Claudionor Brandão, dirigente do Sintusp demitido de forma ilegal pela reitoria. Os deputados estaduais do PSOL, Raul Marcelo e Carlos Giannazi e dirigentes do partido acompanharam as negociações com a PM para cessar os ataques aos estudantes e pela retirada da polícia do campus.
O líder do PSOL, deputado Ivan Valente, protocolou há pouco, na sessão ordinária da Câmara, requerimento em que solicita a constituição de uma comissão externa de deputados para acompanhar e apurar a situação na Universidade de São Paulo e a ação da Polícia Militar. Para o deputado Ivan Valente, nada justifica o uso da força, a invasão do campus e o cerco aos estudantes.Em pronunciamento no plenário da Câmara, Ivan Valente repudiou a invasão da PM e a atitude da reitora Sueli Vilela em não dialogar com a categoria e usar a PM para reprimir e sufocar o movimento.Leia abaixo o pronunciamento do deputado Ivan Valente
Repressão brutal na USP
Policiais invadem a USPPoliciais soltam bombas de gás lacrimogêneo contra os estudantesPolícia de Serra invade USP, persegue e bombardeia estudantes(pronunciamento do deputado Ivan Valente)Sr. Presidente, gostaria de registrar que neste exato momento a Polícia Militar ocupa, persegue e bombardeia estudantes da Universidade de São Paulo. Foi invadida a Universidade de São Paulo pela Polícia Militar. Nós queremos denunciar isso. O campus universitário é sagrado, é lugar de conhecimento e saber.Estive até as 2 horas da tarde na Universidade de São Paulo me solidarizando com a greve dos professores, dos estudantes e dos servidores da USP. Eles têm reivindicações absolutamente justas e pedem a saída da Polícia Militar do campus.
Neste momento, houve um confronto na entrada da USP, e a Polícia Militar do Governador Serra, a pedido da Reitoria da USP, a Sra. Suely Vilela, invade várias Faculdades, perseguindo estudantes, jogando bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, bombas de efeito moral.Queremos, neste momento, denunciar, repudiar que uma reitora de uma universidade, da Universidade de São Paulo, seu Estado também, Sr. Presidente, não consiga estabelecer uma negociação de diálogo com servidores, com estudantes e com professores.Agora mesmo assistimos a cenas em que um grupo de professores da Associação de Docentes negociava com a Polícia Militar e várias bombas foram jogadas, dispersando as pessoas. A situação na Faculdade de História e Geografia está insuportável, as câmeras da GloboNews estão transmitindo direto.Queremos, desta tribuna, denunciar a ação da Reitoria e da Polícia do Governador José Serra. Entendemos que essa é uma atitude inusitada, Sr. Presidente. Nós vivemos debaixo da ditadura militar, nós vivemos a ocupação do campus da Universidade de São Paulo pelo Exército Brasileiro.Eu acho de uma estupidez a toda prova no lugar sagrado do campus se adentrar a Polícia Militar. Aliás, é um fermento para a greve, para a violência, porque universidade não é lugar de repressão. É lugar de reflexão, é lugar de conhecimento, de saber, de diálogo.
Por isso, Sr. Presidente, queremos manifestar mais uma vez o apoio aos docentes, ao funcionários e aos estudantes. E que a reitora mande retirar imediatamente a tropa e as bombas da Universidade de São Paulo, local de longa tradição de resistência e democracia.Muito obrigado.Câmara dos Deputados – 09/06/09Vídeo mostra a brutalidade da ação da PM na USP: