Em palestra na UFRJ, o delegado da Política Federal Protógenes Queiroz, acusou o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e o então presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, de fraudarem a dívida pública:
“Como policial federal, tive acesso a investigações sobre a dívida externa. Houve muita fraude, ninguém foi punido. Houve até quem virasse presidente do BC”, disse, referindo-se a Fraga.
Segundo Queiroz – afastado de seus funções após investigar o Banco Opportunity – o esquema contou com articulações internacionais, em paraísos fiscais e até na França.
“Quando esteve exilado na França, FH se envolveu na falsificação de títulos da dívida externa”, acusou.
O delegado, no entanto, se recusou a entrar em maiores detalhes naquele momento. “Isso daria uma outra palestra específica”, argumentou.
Queiroz creditou ao atual ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, a coordenação da Operação Guarda-chuva, de 1992, que, segundo ele, teria resultado nos programas de privatizações da década de 90: “A Operação Satiagraha descobriu esse acordo. Daniel Dantas foi irrigado por dinheiro de fundos de pensão. Chegou a administrar US$ 1 trilhão no governo FH. Participam também grupos internacionais, como o Citygroup.”
O delegado acusou Daniel Dantas de ter 1.400 concessões do subsolo brasileiro, que estaria revendendo a estrangeiros e parte da imprensa de estar “a mercê de uma justiça elitista”.