Faltando 24 dias para o primeiro turno das eleições municipais deste ano já é possível afirmar que foram muito acertadas as resoluções sobre eleições do nosso III Congresso Nacional.
Luiz Araújo
Naquela oportunidade o partido aprovou que o processo eleitoral de 2012 seria “mais um importante momento de fortalecer o PSOL como o principal partido de esquerda e socialista em nosso país, na perspectiva de construí-lo como poderosa ferramenta de massa na luta pela superação de todas as formas de opressão e exploração”.
Nosso objetivo seria aproveitar o processo eleitoral para “fortalecer o PSOL como o principal partido de esquerda e socialista em nosso país”.
No III Congresso elegemos três cidades prioritárias, tendo em vista o potencial eleitoral que naquele momento as mesmas já vislumbravam: Belém, Macapá e Rio de Janeiro.
As recentes pesquisas mostram o acerto destas decisões. Diferente de 2008 nestas eleições, pelo menos em algumas regiões do país, nosso partido começa a aparecer aos olhos do povo trabalhador como um polo aglutinador do voto de esquerda e socialista.
Em Belém o candidato Edmilson Rodrigues lidera em todas as pesquisas registradas na Justiça Eleitoral (Ibope aponta 47% dos votos). Mesmo disputando o pleito com outros nove candidatos, a possibilidade de vitória no primeiro turno é real. Por decisão majoritária de nosso Diretório Nacional o partido está coligado com o PCdoB e o PSTU e tem atraído cada vez mais a base militante do PT e de outros partidos que compuseram a antiga Frente Popular.
Em Macapá, nosso companheiro Clécio Luis está em segundo lugar, mesmo que esta posição esteja sendo escondida e já tenhamos completado um mês sem publicação oficial de pesquisa. Fontes seguras apontam para um percentual de 22%, o que representa seis pontos a menos que o atual prefeito da cidade. Em Macapá o partido se firma como uma terceira via ao conservadorismo instalado no município e ao governo estadual do PSB.
No Rio de Janeiro estamos presenciando o crescimento vertiginoso do companheiro Freixo. No início presenciamos o deslocamento de bases petistas, da intelectualidade e de artistas. Agora o crescimento se espraia para toda a cidade e ontem o Ibope teve que reconhecer este crescimento (18% para Freixo). Trabalhamos para levar a eleição para o segundo turno e hoje já existe uma polarização entre nosso partido e o consórcio em torno de Paes.
Aproveito para citar Fortaleza, cidade que poderia ter sido escolhida também como prioritária e que continua com a eleição indefinida. Nosso companheiro Renato Roseno continua crescendo e não está afastada a possibilidade de disputar um segundo turno.
Mesmo em cidades em que o percentual de intenções de votos não se encontra em patamares animadores é possível conferir campanhas mais bem estruturadas e que tem conseguido dialogar com segmentos sociais mais amplos que apenas as nossas bases partidárias. Destaco a campanha de Vitória e João Pessoa como exemplos desse processo.
Estes resultados alvissareiros são fruto do trabalho incansável de nossa militância em todo o país, da atuação destemida e competente de nossa bancada federal e, obviamente, dos acertos da estratégia eleitoral partidária.
Nestas cidades acima citadas o partido está conseguindo comprovar que sua vocação não é para o gueto, não está apresentando programas para apenas marcar posição, está conseguindo dialogar com amplos setores sociais e, o mais importante, está se consolidando como um partido que disputa o poder em nosso país.
Os ataques que sofremos nas redes sociais é uma evidência, mesmo que não seja a única, do nosso crescimento e do incômodo que esse fato tem provocado nas fileiras de outros partidos.
Como o III Congresso Nacional aprovou, as eleições de 2012 estão se revestindo em “um momento especial de acúmulo de forças na construção do PSOL, fortalecendo-o como alternativa político-eleitoral para a disputa da Presidência da República em 2014”. Sei que algumas de nossas lideranças não acreditaram (e não acreditam) nessa possibilidade de crescimento. Muitos agouraram desastres eleitorais e desfigurações do projeto partidário, outros chegaram a sonhar com a construção de outra alternativa partidária.
Espero, sinceramente, que os bons frutos que estamos colhendo nesta eleição ajudem a que tais posições sofram substancial alteração. O Partido sairá das eleições mais forte, mais socialista e como uma força política que está na disputa do poder em nosso país.
Luiz Araújo é Professor, mestre em políticas públicas em educação pela UnB. É Assessor da Liderança do PSOL no Senado Federal e Suplente da Executiva Nacional do PSOL.