“A nossa campanha terá uma mensagem também não só uma mudança de pessoa, mas principalmente uma renovação no estilo de fazer política”
Graciela Zabotto
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Técnico metalúrgico formado no Senai de Osasco, Alexandre Castilho é coordenador da equipe de inspeção de fabricação da Petrobrás no Estado de São Paulo e Sul do Brasil. Em sua vida política ele já foi candidato a vereador e deputado estadual. Este ano, Castilho participa pela primeira vez de uma disputa para prefeito de Osasco. Dentre os assuntos abordados nesta entrevista, Castilho fala sobre a característica do eleitorado do PSOL e do desafio de fazer uma campanha com pouco recurso financeiro.
Como começou sua militância política?
A minha militância política surgiu da minha caminhada dentro da comunidade católica onde eu fui catequista durante muitos anos, fui ministro da palavra, e atuei durante 20 anos na renovação carismática católica de toda a diocese de Osasco. Atualmente tenho uma ação muito intensa no encontro de casais para Cristo. Essa participação comunitária é que me estimulou a ter uma caminhada na vida política para poder lutar por justiça social. Nesse sentido já saí candidato a vereador na cidade e fui suplente de vereador em duas campanhas.
Ambas pelo PSOL?
Na ocasião era com o PT. Como o PT se desvirtuou da rota original que nós considerávamos correta, se tornou um partido extremamente pragmático e abandonou suas origens, alguns dos filiados viram que não havia mais espaço dentro do partido e romperam para formar ao PSOL. Dentro do PSOL saí candidato a deputado estadual na última eleição com cerca de 3 mil votos dentro da região Oeste e agora fui indicado como candidato a prefeito pelo PSOL.
Nunca disputou uma prefeitura?
Nunca.
Qual é a expectativa para esse ano?
A expectativa é extremamente positiva porque nossa campanha é baseada no boca a boca, em uma divulgação muito restrita. Pelo fato de não sermos um nome muito conhecido na cidade nós estamos aparecendo em pesquisas com cerca de 1% a 2%, ou seja, o boca a boca que fazemos já foi o suficiente para nos colocar na pesquisa. Quando a população começar de fato a nos ver nessa disputa, e levando em consideração a rejeição dos três principais nomes conhecidos na cidade, nós acreditamos que vamos avançar de maneira significativa nas intenções de votos e podemos ser uma surpresa nessa eleição com um nome que é uma novidade e que não carrega rejeição que os demais nomes apresentam no município.
Qual é a característica do munícipe que vota no PSOL?
É um público formador de opinião, que está sempre conectado nas redes sociais e acaba não sendo dependente do assistencialismo da máquina do Estado. Essa é a principal característica de um eleitor ideológico do PSOL. Cabe a nós multiplicar o eleitor nesse segmento.
Este ano o PSDB lança a candidatura de Celso Giglio, o PT de João Paulo Cunha e o PSD do Osvaldo Vergínio. Como é enfrentar esses candidatos?
É um grande desafio, importante e necessário. É por isso que o PSOL se torna uma opção importante no município, justamente para se contrapor a ótica tradicional das eleições que têm acontecido na cidade. Apesar de ter três nomes distintos o estilo de gestão é o mesmo. Nós tivemos praticamente 12 anos de gestão ligada ao PSDB. Foi eleito o PT numa expectativa de mudança na cidade e o que nós vemos é que aconteceu uma continuidade do estilo de política que acontecia anteriormente. Já o Osvaldo era base de apoio do Giglio e foi durante esses oito anos base de apoio do prefeito Emidio [de Souza], então não temos mudança política efetiva na cidade. Temos sim três nomes conhecidos, mas na medida que surgir alternativa e que a população veja essa alternativa com certeza o PSOL vai alavancar dentro das pesquisas.
Qual dos três candidatos é mais difícil para o PSOL enfrentar nas urnas?
A maior dificuldade nessa campanha não é os três nomes. A maior dificuldade nossa são os recursos para conseguir se divulgar dentro da cidade. Nós mesmos nos colocamos nessa situação porque não aceitamos recursos vindos de grandes doadores. Podemos aceitar o dinheiro da quitanda, do recurso vindo da padaria, mas não aceitamos dinheiro de grandes grupos econômicos. Então nosso grande desafio é mostrar para a população que é importante fazer uma campanha política pautada nas ideias, nas propostas, e não é em cima de grandes recursos financeiros. Não acredito em doação de empresário na hora da campanha, acredito em investimento de empresário.
Quem será o seu vice?
Augusto Piva do PCB, e temos também o PSTU na coligação. Estamos formando uma frente de esquerda.
E como será a campanha sem muito recurso?
A partir do momento que você tem uma campanha que não dispõe de recursos financeiros o nosso instrumento não é uma aliança com grupos econômicos ou grande capital, a nossa aliança é com o cidadão, a dona de casa, o aposentado, o líder comunitário, é com o povo simples e lideranças que estão ligadas aos movimentos sociais.
É fácil atingir o eleitorado jovem?
Vamos alcançar bastante esse eleitorado porque a nossa chapa de candidatos a vereador dispõe de representantes da área da educação. Teremos na chapa lideranças do sindicato da APEOESP como candidatos a vereador, professores do sindicato da área da educação, servidor público municipal e teremos também candidatos que são servidores públicos na área da saúde. A nossa campanha terá uma mensagem também não só uma mudança de pessoa, mas principalmente uma renovação no estilo de fazer política, no jeito de fazer política. Será a grande novidade na cidade.
Quais são as suas bandeiras?
Todas as áreas são importantes e tem que ter o seu cuidado, mas temos três bandeiras principais que afetam mais diretamente a qualidade de vida do cidadão da nossa cidade. Elas são a área da saúde, da educação e do transporte público e permeando essas três áreas com a gestão municipal. Então são quatro frentes principais que vamos atuar para melhorar a condição de atendimento da população.
Quem seria o candidato mais forte para enfrentar o senhor no segundo turno?
Como não vemos diferença entre os três grupos o mais complicado é o poder econômico.