Emir Sader fala. Diz que Erundina sabia da aliança com Maluf quando aceitou ser vice. E defende aperto de mão de Lula com “estupra mas não mata”, como se sem esse afago fosse impossível “derrotar a tucanada em S.Paulo”. É grave, principalmente para quem releu recentemente Ian Kershaw , analisando o papel do carisma individual no apoio massivo crescente que o povo alemão deu à ascensão de Hitler. O senso crítico se desmonta, a racionalidade se apaga, e o tudo, condenável, é permitido, e justificado, por conta dos objetivos considerados prioritários pelo líder incontestável.
Do Blog do Milton Temer
Segue a matéria da FSP:
Intelectuais ligados a PT se calam sobre aliança
Acadêmicos não fazem comentários sobre acordo entre Maluf e Fernando Haddad
DE SÃO PAULO
Intelectuais ligados ao PT silenciaram ontem sobre a aliança com o deputado Paulo Maluf (PP-SP) na eleição paulistana e as críticas que culminaram com a saída de Luiza Erundina da vice na chapa de Fernando Haddad.
Secretária da gestão Erundina na prefeitura (1989-1992), a filósofa Marilena Chauí se negou a falar: “Não vou dar entrevista, meu bem. Não acho nada [da aliança]. Nadinha. Até logo”.
Também egresso da equipe de Erundina e hoje no governo federal, o economista Paul Singer defendeu a candidatura de Haddad, mas disse que não se manifestaria sobre o apoio de Maluf.
“Não tenho interesse em tornar pública qualquer opinião. Vai ficar entre mim e mim mesmo”, afirmou.
Também não quiseram fazer comentários os intelectuais Antonio Cândido, Gabriel Cohn e Eugênio Bucci.
Já o sociólogo Emir Sader, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), disse não ver novidade no apoio, uma vez que o PP é da base aliada federal.
“O fundamental é derrotar a ‘tucanalha’ em São Paulo. Eu posso gostar ou não do Maluf, mas vou fazer campanha para o Haddad do mesmo jeito”, disse.
No Twitter, ele criticou a saída da deputada do PSB da chapa: “A Erundina sabia do apoio do Maluf quando aceitou ser candidata a vice. Então, por que aceitou?”