Nos Estados Unidos, os membros do movimento ‘Occupy Wall Street’ saíram às ruas de Nova York.
Manifestante é pisoteada durante manifestação nos Estados Unidos Foto: Spencer Platt / AFP
Milhares de pessoas se manifestaram nesta terça-feira em vários países neste 1o. de maio para celebrar o Dia do Trabalho ou protestar contra as políticas de austeridade realizada pelos governos.
Os manifestantes saíram às ruas de Madri para criticar os cortes sociais e a reforma trabalhista realizada pelo governo conservador espanhol
Exibindo uma enorme faixa com os dizeres “Querem acabar com tudo. Trabalho, dignidade, direitos”, os trabalhadores percorreram o centro de Madri, da Praça de Netuno até a conhecida Porta do Sol, onde acontecerá um comício de líderes sindicais.
As centrais sindicais aproveitaram o Dia do Trabalho para dar um passo a mais em sua estratégia de mobilização contra a reforma trabalhista e os cortes principalmente na educação e saúde decretados pelo governo de Mariano Rajoy.
Outros milhares de pessoas, principalmente comunistas, participaram nas manifestações em Atenas e outras cidades da Grécia, um país em que o Dia do Trabalho é celebrado tradicionalmente como o Dia da Greve Geral no setor privado e no público.
Estas manifestações acontecem a cindo dias das eleições legislativas de 6 de maio na Grécia, cujo resultado é incerto devido a uma queda da popularidade dos dois principais partidos, a direita Nova Democracia, que parte como favorito, e os socialistas do Pasok, acusados pelo rigor imposto ao país há dois anos pressionados por seus credores, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, em troca de empréstimos para evitar a falência.
Segundo a polícia, mais de 8.000 militantes da Frente de Luta dos Trabalhadores (Pame), ligado ao partido comunista, se manifestaram em Aspropyrgos, a 35 km de Atenas, donde está situada a siderúrgica do grupo Hellenic Halyvurgia, cujos funcionários estão em greve há meses.
Outras 1.500 pessoas responderam à convocação dos sindicatos em Atenas, enquanto que 2.000 militantes de grupos de esquerda também se manifestaram no centro de Atenas.
Na França, o segundo turno da eleição presidencial – que será disputado no domingo entre o presidente Nicolas Sarkozy e o socialista François Hollande – tomou conta nesta terça-feira do Dia do Trabalho com três manifestações distintas, em uma das quais a ultradireitista Marine Le Pen anunciou que votará em branco.
Devido à polêmica decisão de Sarkozy de convocar um ato de seus partidários para celebrar o “verdadeiro trabalho” junto com o tradicional desfile sindical, houve três mobilizações paralelas em Paris, fazendo do 1º de maio uma oportunidade de demonstrar força.
Na Rússia, o presidente eleito Vladimir Putin e o atual chefe de Estado Dmitri Medvedev participaram pela primeira vez em uma grande manifestação de 150.000 pessoas convocadas pelos sindicatos pró-governamentais em uma das principais artérias da capital.
Putin e Medvedev, que participaram assim pela primeira vez em um desfile pelo Dia do Trabalho, lideraram a passeata com um enorme cartaz que dizia “Somos uma força!”.
Depois da manifestação, a equipe no poder comemorou a data com peixe seco e camarões em uma popular cervejaria popular do centro da capital.
O continente asiático, um dos mais dinâmicos do mundo, também festejou o dia 1o. de maio.
Na Indonésia, 9.000 pessoas saíram às ruas da capital Jacarta para reclamar aumentos de salários e a falta de segurança no emprego.
Quarto país mais povoado do mundo, com 240 milhões de habitantes, a Indonésia conhece um dos crescimentos mais elevados do mundo, com um índice anual superior aos 6% graças, em grande parte, a seus importantes recursos naturais.
No entanto, mais ou menos a metade da população está abaixo do nível internacional da pobreza enquanto o salário médio mensal dificilmente acompanha o custo de vida.
Nas Filipinas, 3.000 pessoas seguiram até o palácio presidencial em Manila exibindo retratos do presidente Benigno Aquino em que ele aparece como um cachorro sob as ordens dos capitalistas estrangeiros.
Em Hong Kong, 5.000 manifestantes pediram uma melhoria das aposentadorias, redução do tempo de trabalho semanal e um aumento da hora de trabalho.
Por outro lado, vinte mil tunisianos se manifestaram pelo emprego e unidade nacional na avenida Habib Burguiba, lugar emblemático da revolução na Tunísia.
“Pão, liberdade e dignidade nacional” e “Trabalho, liberdade, dignidade nacional” eram os principais lemas cantados pelos manifestantes.
Na manifestação também participaram militantes do partido islamita Ennahda e das correntes da oposição.
Nos Estados Unidos, os membros do movimento “Occupy Wall Street” saíram às ruas de Nova York com a proposta de realizar uma greve geral nos Estados Unidos.
Pequenos grupos de manifestantes realizavam concentrações simultâneas diante de várias corporações em Manhattan, entre elas o prédio da Time-Life e McGraw Hill editores, no Rockefeller Center.
No Brasil, a Intersindical, Unidos prá luta,Pastoral Operária PSOL,PCB entre outros movimentos estiveram na Praça da Sé dizendo que os trabalhadores não vão pagar pela crise do Capital.
Outros tomaram como objetivo as sedes dos bancos Bank of America e HSBC, assim como a Disney e The New York Times. “Julguem os fraudadores” e “Trabalho já” eram alguns dos cartazes exibidos.
Por fim, presidente cubano Raúl Castro encabeçou o desfilo pelo Dia Internacional dos Trabalhadores em Hana, assistido por 1.900 convidados estrangeiros e centenas de milhares de cubanos.