Nota do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL SP
Os assassinatos de indígenas continuam ocorrendo no Brasil sob olhar complacente dos governos com pistoleiros e o agronegócio que se escondem na impunidade. Segundo levantamento do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) só em 2011 foram 38 assassinatos e inúmeros casos de agressões e tentativas de assassinatos, sendo que 27 assassinatos ocorreram no Mato Grosso do Sul.
As vidas daqueles que tombaram parecem não ter comovido o governo federal que através permanece prostrado e a Fundação Nacional Indigenista – FUNAI não adota medidas de proteção aos povos indígenas e não agiliza a demarcação de terras.
Na manhã de sexta-feira 18 de novembro ocorreu novo massacre de indígenas Guaranis-kaiowá, entre as cidades de Amambaí e Ponta Porã no MS, praticado por homens encapuzados e fortemente armados e equipados.
O líder da tribo Nísio Gomes foi assassinado com vários tiros de grosso calibre e mais duas pessoas, uma mulher e uma criança de 5 anos foras brutalmente assassinadas e levadas pelos milicianos. Outros indígenas foram feridos com balas de borracha.
Na área onde ocorreu o ataque 60 índios estão acampados e reivindicando a demarcação pois fazem parte de território que desde 2008 foi identificado pela FUNAI como terras tradicionais guaranis.
O crime ocorreu menos de um mês depois de um jovem Kaiowá ter sido espancado até a morte no estado e outro ter escapado de uma emboscada. O método não é novo e a organização criminosa em milícias também não são pois, já foram estudados e denunciados pelo Ministério Público Federal do MS mas, o governo federal continua prostrado.
Não é possível que diante de tamanho aparato criminoso e da riqueza de detalhes que se tornaram públicas, sobretudo no último ataque contra o povo Guarani-Kaiowá, não se consiga identificar pistoleiros, mandantes e simpatizantes dessas atrocidades.
Isso só se justifica pela certeza de impunidade dos abastados e pela omissão das instituições do Estado brasileiro, em especial o governo federal tomado pelos interesses do agronegócio.
Por tudo isso o Partido Socialismo e Liberdade do estado de São Paulo PSOL-SP, repudia os assassinatos de indígenas Guaranis-Kaiowá no Mato Grosso do Sul e a omissão das instituições do Estado brasileiro diante dos fatos, manifesta solidariedade aos povos indígenas e exige apuração e punição dos responsáveis pelas ações criminosas e a imediata demarcação das terras dos povos originários.
Partido Socialismo e Liberdade – PSOL São Paulo