A Secretaria de Abastecimento do Estado de São Paulo divulgou o estudo Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, que mostra um superávit de 3,9 bilhões de dólares na balança comercial do agronegócio do Estado no primeiro trimestre de 2022. As exportações paulistas superaram em muito as importações devido ao desempenho de cinco grupos principais de insumos: sucroalcooleiros, soja, carnes, produtos florestais e frutas. O resultado é 40,8% maior que o registrado nos três primeiros meses de 2021.
Também nesse primeiro trimestre de 2022, a Assembleia Legislativa paulista aprovava e o governador sancionava um salário mínimo estadual de míseros R$ 1.284,00 para os trabalhadores agropecuários e florestais (faixa 1). Para se ter uma ideia da desigualdade, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) calcula que o valor do salário mínimo ideal para suprir todas as despesas de um trabalhador e de sua família no Brasil deveria ser de R$ 6.394,76.
Essa desigualdade é imensa e ganha contornos dramáticos se levarmos em consideração as condições de trabalho precárias do trabalhador rural paulista, que muitas vezes não possui direitos trabalhistas garantidos. Percebe-se, assim, o contraste: enquanto os grandes empresários do agronegócio lucram bilhões, os operários do campo são explorados com salários de fome e jornadas extenuantes.
Isso é resultado de 30 anos de PSDB no governo favorecendo apenas quem sempre financiou suas campanhas eleitorais. Para grandes ruralistas, os tucanos sempre acenaram com subsídios no ICMS, empréstimos facilitados e outros benefícios. A quem realmente produz, os trabalhadores, dedicaram apenas redução de direitos e achatamento salarial. Precisamos expulsar a tucanada do governo para que São Paulo valorize quem planta e produz de verdade.