Uma pesquisa do Instituto Pólis revelou que as pessoas negras e as famílias chefiadas por mulheres negras foram as que mais sofreram com despejos e remoções durante a pandemia de covid-19 na cidade de São Paulo. Esses também são os grupos que mais tiveram vítimas da doença. O resultado diz respeito às pessoas negras e as famílias chefiadas por mulheres negras que ganham até 3 salários mínimos (R$ 3.616).
Os negros representam 37% da população da capital, mas nas regiões com mais despejos totalizam 51,8% das pessoas. As famílias chefiadas por mulheres negras representam 23% dos paulistanos, mas são quase 28% do total de mortes por covid-19 e dos alvos de despejos e remoções.
Em junho de 2021, o Ministro do STF Luís Roberto Barroso decidiu suspender os despejos devido à pandemia. Hoje (30), ele deve retomar a discussão e definir se mantém ou não essa decisão. Está em jogo o futuro de milhares de brasileiros e brasileiras que sofreram com a corrosão de suas economias domésticas por conta do desemprego e da inflação.
A situação se agrava ainda mais para as pessoas negras, que sofrem mais com despejos e remoções devido ao racismo estrutural, que já permeava a realidade brasileira antes da pandemia. É esse racismo e vulnerabilidade pré-existente que as tornaram mais suscetíveis à perda da moradia.
O PSOL tem se manifestado pela manutenção da decisão de Barroso, com atos de rua e declarações de suas figuras públicas. As famílias não podem ser despejadas de forma alguma e os governos devem trabalhar para solucionar a questão em benefício da maioria do povo.
Para ver a íntegra do levantamento do Polis, acesse: https://polis.org.br/estudos/remocoes-pandemia/