A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo sofre um impasse em seu processo eleitoral. O mandato do atual ouvidor, Elizeu Soares Lopes, já acabou, mas ele permanece no cargo mesmo depois do fim de sua gestão. O motivo é que o CONDEPE ( Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) errou na contagem da votação em novembro de 2021, dando votos a mais para Elizeu que ele não havia recebido. O próprio órgão já reconheceu ao G1 que o erro existiu.
Para sanar a falha, basta que o governador João Dória faça uma errata em publicação do Diário Oficial, mas isso ainda não ocorreu. Dória preferiu paralisar a eleição e estendeu o mandato de Elizeu, impedindo a sociedade civil de exercer seu pleno direito a voto no órgão que fiscaliza a atuação das forças policiais do Estado.
A Ouvidoria recebe denúncias sobre crimes, irregularidades, corrupção e abusos das polícias civil e militar paulistas. O controle externo e democrático por parte da população é essencial para evitar vista grossa do ouvidor às ações ilegais dos agentes de segurança.
Em protesto realizado ontem (21/02), a Rede de Proteção e Resistência contra o Genocídio (@RedeContraoGenocidio) ocupou o 3º andar do edifício da Ouvidoria para denunciar essa situação e exigir de Dória que publique a errata, dê sequência ao processo eleitoral e faça valer a voz do povo na escolha do novo ouvidor. A população pobre, negra e periférica, assim como os movimentos sociais de combate ao racismo e ao extermínio de trabalhadores perpetrado pela polícia deve exercer seu direito ao controle da atividade policial.