No último dia 31 de março, a vereadora do PSOL em Santos, Debora Camilo, foi insultada em uma conversa de grupo de WhatsApp com assessores da Câmara Municipal. O assessor do vereador João Neri (DEM), Roberval Nicácio de França, referiu-se a ela como “a vaca do PSOL”.
Mesmo diante da ofensa absurda, que ressalta o machismo estrutural da nossa sociedade, ainda assim o nome do autor do insulto não foi revelado de imediato. O comportamento ofensivo contra as mulheres na política tem sido recorrente em diversas casas legislativas pelo Brasil.
Esse não é um comportamento isolado, ao contrário do que manifestou a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Santos, que disse que “a ofensa proferida contra uma parlamentar dentro de um grupo de rede social não vinculado à Câmara, representa um caso isolado”. Esse é um comportamento de uma sociedade machista, que precisa ser firmemente combatido.
Nos últimos meses, parlamentares e militantes do PSOL foram atacadas de diversas formas. As vereadoras e covereadoras em São Paulo, Erika Hilton, Carolina Iara e Samara Sosthenes, todas mulheres negras e trans, foram alvo de perseguições e ameaças. A vereadora Benny Briolly, de Niterói (RJ), foi atacada por um vereador bolsonarista em sessão na Câmara. A deputada estadual de São Paulo, Isa Penna, foi apalpada em pleno plenário na Assembleia Legislativa de São Paulo. Mesmo diante das câmeras, seu assediador, o deputado Fernando Cury, não se sentiu intimidado.