Pelo fechamento total das escolas, PSOL vai obstruir pauta da Câmara Municipal de SP
A bancada de vereadores e vereadoras do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) vem por meio desta nota comunicar que vai obstruir a pauta da Câmara Municipal de São Paulo enquanto o governador João Doria, e o prefeito Bruno Covas, continuarem com a política de aulas presenciais. Durante as sessões exclusivamente virtuais o partido também defende que só devam ser votados temas pertinentes à pandemia.
Diversos levantamentos apontam que milhares de professores, funcionários e estudantes foram contaminados. As autoridades públicas reconhecem que estamos à beira do caos. Faltam leitos de UTI para tratar dos doentes por Covid. Faltam profissionais da saúde em número suficiente para atender a quantidade de doentes que têm chegado ao sistema, particular e público, de saúde.
A prefeitura cortou contratos com as empresas que fazem a limpeza das escolas. Faltam funcionários para garantir o protocolo de sanitização das escolas. A própria prefeitura reconhece isso quando improvisa um absurdo chamamento público para contratar emergencialmente 5 mil mães para limparem as escolas.
Os mandatos do PSOL recebem denúncias o tempo todo de escolas com banheiros quebrados, sem água e sabão para limpar as mãos, sem janelas que garantam o mínimo de circulação de ar dentro das salas de aulas. As escolas da rede municipal, em sua esmagadora maioria, são incapazes de cumprir o falho protocolo de segurança da prefeitura.
O Secretário Estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, reconheceu, em entrevista para a rádio CBN, que é necessário fechar as salas de aula por reconhecer que as escolas abertas colocam não só os profissionais da educação em risco, mas toda a sociedade por permitir uma maior circulação do vírus.
João Dória diz que ao contrário de Bolsonaro ouve a ciência, mas como se não ouve a opinião do seu próprio secretário? O governador e o prefeito tucanos, embora tentem se diferenciar do negacionismo do governo Bolsonaro, acabam caindo em grande contradição ao manterem a política genocida de continuidade das aulas presenciais durante a fase vermelha e no pior momento da pandemia.
Na rede privada de ensino, dezenas de escolas estão voltando ao ensino remoto diante dos óbvios riscos a que estão sendo submetidos os professores, funcionários, estudantes e seus familiares. A cidade bate recordes todos os dias de mortos, internações e contaminados. A cada 2 minutos 3 pessoas são internadas com Covid. Os responsáveis pela saúde reconhecem que estamos vivendo o pior momento da pandemia.
Como um estado que afirma que “vai ter paciente no corredor”, conforme afirmou o secretário estadual de saúde, e que pede para médicos e enfermeiros se apresentem como voluntários diante da falta de profissionais de saúde, pode manter as escolas abertas?
Ao PSOL cabe manter a coerência e defender a vida diante de tamanho absurdo. Volta às aulas só com vacina. Por isso os profissionais da educação precisam ser prioridade de vacinação.
Quantos profissionais da educação precisam morrer para que o governador João Dória, o prefeito Bruno Covas, o secretário estadual da educação, Rossieli Soares da Silva e o secretário municipal da saúde, Fernando Padula, ouçam a ciência e fechem as escolas?a