É com indignação que nós do PSOL recebemos a notícia de que o movimento dos Policiais Antifascismo e seus membros têm sofrido perseguição interna nas próprias instituições policiais.
O Movimento dos Policiais Antifascismo é formado por trabalhadores e trabalhadoras da segurança pública, representado por policiais civis e militares, estaduais e federais, bombeiros, guardas municipais e agentes penitenciários.
Suas pautas são legítimas e buscam uma nova visão para a segurança pública do país, construindo a figura do policial como trabalhador, lutando por melhores condições no cumprimento de suas funções através de pautas como a carreira única e o ciclo completo e levantando bandeiras importantíssimas na construção de um Estado Democrático de Direito, como a desmilitarização das polícias, o fim da Guerra às Drogas e uma política mais humanizada de policiamento, que não trate a população pobre, negra e periférica como inimiga da sociedade.
Nenhuma declaração em defesa dessas pautas pode ser considerada justificativa para uma perseguição como a que o movimento e, mais especificamente, o investigador de polícia Alexandre Félix Campos sofreu essa semana.
Após entrevistas onde externou críticas ao atual modelo de segurança pública no país, em seu retorno de férias nessa semana, Alexandre foi imediatamente intimado a comparecer em um interrogatório que não respeitou qualquer rigor formal previsto nos regimentos internos da Polícia Civil do Estado de São Paulo. No interrogatório, Alexandre sofreu diversas ofensas e, até mesmo, ameaças de prisão completamente injustificadas e em tom intimidador, sem haver qualquer acusação formal contra si.
Não aceitamos a criminalização das demandas por mais direitos dos profissionais de segurança pública, tampouco aceitamos que as opiniões desses profissionais na construção de uma nova visão de segurança pública mais humanizada sejam proibidas.
Assim, repudiamos qualquer tentativa de intimidação ou ameaça aos profissionais que se enxergam como trabalhadores e estejam na legítima e justa busca por seus direitos. Por isso mesmo, nos solidarizamos ao Movimento dos Policiais Antifascismo pela perseguição praticada pela alta cúpula das instituições policiais contra seus membros que buscam mais direitos e melhores condições para a categoria e para o próprio sistema de segurança pública do país.
São Paulo, 6 de dezembro de 2018.
Executiva Estadual de São Paulo – PSOL