A Baixada Santista vem se destacando nos últimos dias como um importante polo de luta das trabalhadoras(es) principalmente os servidores públicos que fizeram uma greve histórica na cidade de Santos que durou mais de 20 dias, na cidade Cubatão o funcionalismo também parou e foi brutalmente reprimido pela PM sob o comando do prefeito municipal, os trabalhadores ainda resistem aos ataques promovidos pelo governo que está implementando uma série de retiradas de direitos.
No cenário atual das 9 cidade que compõe a Baixada Santista 7 são administradas pelo PSDB ( Cubatão, Santos, Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe e Bertioga) e é vice-prefeito em São Vicente, ou seja, há uma completa hegemonia tucana que vem implementando sua política neoliberal de privatizações, terceirizações, sucateamento e retirada de direitos, o que tem promovido uma reação das trabalhadoras(es) que tem feito assembleias, paralisações, campanhas salariais em quase todas as cidades da baixada.
Segundo o relato do Professor Maykon Santos que trabalha nas redes municipais de Santos e Cubatão, só a reforma administrativa proposta pelo governo de Cubatão possui 25 perdas de direitos como: redução de repasse patronal para o fundo de previdência municipal, fim do pagamento em dinheiro da licença prêmio, diminuir o pagamento de férias, limitar o número de faltas, mesmo em caso de doenças, implicando na perda de benefícios, entre outros ataques.
Mesmo com um processo de burocratização dos sindicatos os servidores fizeram grandes paralisações, porém a justiça tem tomado decisões favoráveis aos governos locais declarando as greves como abusivas, o que desarticula a luta e desmobiliza as categorias, esse inclusive é um capítulo a parte que merece muita atenção, o papel que o poder judiciário tem jogado de criminalização da luta de diversas categorias, nas paralisações do dia 15 de março vimos medidas semelhantes contra os metroviários e os condutores da capital.
A greve de Santos e Cubatão já entram para história com as maiores paralisações já feita pela categoria, para Maykon Santos “o sentimento difuso de perda de direito mais geral como a reforma trabalhista e previdência, materializada localmente com as reformas administrativas dos governos municipais foram um motor de mobilização dos servidores que há anos vê o seu salário encolher”, afirma o professor.
O que está acontecendo hoje na Baixada Santista é um reflexo direto do modelo que está sendo implementado verticalmente nas esferas federal, estadual e municipal, neste momento de crise todas propostas e alternativas que se apresentam são sempre de impor sacrifícios a classe trabalhadora e manter os privilégios do andar de cima. Tira-se direitos, para ajustar as contas, por conta queda da arrecadação, mas não mexe nas isenções de impostos do setor empresarial, não se tem transparência nos gastos públicos, nos processos licitatórios, sucateia os serviços para justificar privatizações e terceirizações.
Porém, essa lógica tem um limite, engana-se quem avalia que não haverá reações e mobilizações. As grande manifestações que ocorreram no dia 8 , 15 e 31 de março, e o fracasso das manifestações de direita, são exemplos concretos que somados ao sentimento que percebemos nas relações cotidianas, existe uma insatisfação difusa na sociedade que pode ser canalizada para as lutas progressistas, neste sentido é fundamental unificar as lutas e somar força com todos os seguimentos dispostos a lutar. Parabéns as (os) servidores da baixada e demais categorias que estão em luta, essa força nos inspira a seguir em frente. Precisamos virar o jogo.
*Joselicio Junior, Juninho, é Jornalista, Presidente Estadual do PSOL – SP e militante do Círculo Palmarino, entidade do movimento negro.
http://psol50sp.org.br/blog/2017/03/23/servidores-municipais-de-cubatao-ocuparam-a-camara-legislativa-da-cidade/