O PSOL cumpriu um papel importante no ato realizado neste dia 20 em São Paulo, ao passar um recado explicito: é necessário construir uma alternativa real de esquerda para enfrentar os ajustes e a Agenda Brasil de Dilma e dos tucanos.
Setores ligados ao governismo fizeram uma operação para sequestrar o caráter do ato, que começou com as inserções de TV do PT. Essa situação mostra o desespero e a incapacidade deste partido em convocar a população abertamente para a defesa do seu governo. Pegar carona nas manifestações chamadas pelo MTST e um conjunto de outras entidades foi a forma que o governismo encontrou para ir às ruas, no entanto, isso não elimina as contradições de um governo que tem tido como marca principal a retirada de direitos.
O papel dos setores combativos nesse processo foi justamente manter o caráter original do ato e de seu manifesto. Manifestação que rechaça as pautas conservadoras, mas ao mesmo tempo, não poupa o governo Dilma e deixa claro que o verdadeiro golpe tem sido os ataques do governo aos direitos dos trabalhadores.
A ida de milhares às ruas com um posicionamento crítico ao governo e sua política e também contra a pauta conservadora do Congresso Nacional, o que se materializou principalmente nas palavras de ordem contra a redução da maioridade penal e pelo Fora Cunha, mostra o caminho a ser percorrido. Mostra que há espaço crítico daqueles que não aceitam a polarização entre governo e oposição de direita, de que é preciso ir às ruas em defesa dos direitos e contra o retrocesso.
As manifestações ocorrem também num momento em que o governo, desesperado para sair da crise, aprofunda sua aliança à direita, a chamada Agenda Brasil é a expressão dessa política. Um conjunto de medidas que visam atender às demandas do mercado, prevê a regulamentação das terceirizações, a revisão do marco jurídico das áreas indígenas, a aceleração da liberação de licenças ambientais, a cobrança por serviços no SUS e a ampliação da idade mínima para aposentadoria.
Esse caminho escolhido pelo governo, aumenta a necessidade da unidade da esquerda que combata a política do governo e também os tucanos e seus aliados, com base numa plataforma de lutas, ocupando as ruas, e se diferenciando, tanto do governismo quanto dos setores reacionários.
Como bem foi destacado pelos setores combativos no ato de ontem, a saída é pela esquerda e o PSOL não sairá das ruas até que o ajuste seja derrotado.