Lucro da SABESP diminui e conta de água aumenta. Mais uma vez, os trabalhadores pagam pela crise
Como já havíamos noticiado, a falta de água e a redução do consumo provocaram uma redução de cerca de R$ 1 bilhão nos lucros da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) no último período, de R$ 1,9 bilhão para R$ 903 milhões. Segundo a Companhia, são três os principais motivos que geraram a diminuição dos lucros: a falta de água, a redução do consumo estimulada por meio de bônus e os gastos com obras emergenciais.
Frente à diminuição dos lucros dos acionistas, a Sabesp fez um requerimento à Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) para aumentar a conta de água. O aumento, de 13,8%, foi autorizado e será aplicado em 11 de abril, com validade a partir de 11 de maio.
Em termos práticos, isso significa que, mesmo em meio a uma das maiores crises de abastecimento de água que o estado de São Paulo já viveu, é mais importante garantir o lucro dos acionistas do que o bom fornecimento de água. E isso se dá colocando mais peso na costas da população, com o aumento da tarifa e, consequentemente, contribuindo com o aumento da inflação e do custo de vida.
Ao mesmo tempo, o cenário que se avizinha é ruim, pois o estado de São Paulo começa o período de estiagem com uma redução de 34% no estoque de água em relação ao ano passado. Mesmo com as chuvas que caíram entre fevereiro e março, não foi possível repor tudo o que se havia perdido nos últimos anos de má administração da distribuição de água em São Paulo.
Para os acionistas da Sabesp, medidas de recomposição das perdas. Para a população paulista, menos água e a uma tarifa cada vez mais alta.