Pronunciamento do deputado federal Ivan Valente (PSOL/SP), no plenário da Câmara, em 16 de outubro de 2014.
O agravamento da crise hídrica, logo após o primeiro turno das eleições para o governo do Estado de São Paulo, torna o discurso tucano um verdadeiro estelionato eleitoral. Para não perder votos, o governo Alckmin negou a todo o momento a gravidade da crise e o risco de desabastecimento e falta d’água, que agora afeta todas as regiões da capital paulista e as várias cidades do interior do estado. Em Campinas, por exemplo, bairros estão sem água há prelo menos cinco dias.
A edição de ontem (15/10) do jornal Folha de São Paulo traz um levantamento de vários bairros da capital que estão sofrendo com o desabastecimento. Segundo o jornal, “Nas últimas 24 horas, a reportagem identificou ao menos 30 pontos de desabastecimento em 24 bairros. As descrições contrastam com o discurso oficial da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), que nega racionamento. Cartões postais da cidade, como parque Ibirapuera e Av. Paulista, também foram atingidos pela escassez”.
E como se sabe, tal processo não é consequência apenas da estiagem que atinge São Paulo, mas fundamentalmente da falta de planejamento dos governos tucanos que, há mais de 20 anos no poder, foram incapazes de garantir os investimentos necessários para a ampliação da capacidade dos reservatórios e diminuição do desperdício na distribuição de água.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) argumenta que a ação da Sabesp, de redução de pressão no fornecimento de água e o consequente desabastecimento, é ilegal, pois o Código de Defesa do Consumidor garante que serviços essenciais devem ser prestados de forma contínua.
Durante o segundo turno das eleições presidenciais, tudo indica que os tucanos do PSDB continuarão negando a existência de desabastecimento e falta d’água, apesar das inúmeras evidencias e provas em contrário. Cabe à população tomar consciência da situação e não se deixar enganar pela continuidade desse estelionato eleitoral.