Nota da Fenametro – Federação Nacional dos Metroviários denuncia o fracasso da política de transporte do governo Alckmin e a tentativa diversionista do governo de jogar a culpa nos usuários. Leia abaixo.
Alckmin quer transformar a pane do dia 4 em “caso de polícia” para esconder fracasso de sua politica de transportes
A Federação Nacional dos Metroviários – FENAMETRO lamenta profundamente o sufoco que passaram os usuários e funcionários de Metrô na noite de terça-feira, dia 4 de fevereiro. Mais uma vez, um trem “reformado” apresentou problemas. Outros trens reformados apresentaram problemas com o ar condicionado, muitos fora de região de plataforma. Os usuários ficaram sufocados dentro das composições, centenas de pessoas passaram mal dentro dos trens (inclusive crianças, idosos e gravidas). Sem poder respirar, não restou outra opção aos usuários que não fosse acionar os dispositivos de emergência para abrir a porta dos trens, causando uma reação em cadeia que paralisou o sistema por horas.
Sob condições extremamente adversas, os funcionários do Metrô (operadores de trens, seguranças e o pessoal de estação) tentaram solucionar o problema o mais rápido possível. Mas a situação era caótica. É compreensível o desespero, o pânico e a revolta dos usuários. Mas em momento como este é fundamental seguir as orientações dos funcionários do Metrô, que são profissionais dedicados e preparados que para evitar que aconteça algo ainda mais grave. Os metroviários sempre estarão presentes para ajudar. Mas infelizmente não lhes é dada condições suficientes para atuar, nem são eles os responsáveis pelas decisões desastrosas adotadas pelos sucessivos governos do PSDB.
Os trens reformados, conhecidos como “trens do Propinoduto”, são superfaturados e de péssima qualidade. Como já foi denunciado, uma frota (frota K), com apenas sete trens, somou 696 falhas num período de 30 dias. A media de falhas dos trens antigos ,com mais de 30 anos de uso, no mesmo período de 30 dias, era inferior a 70 falhas.
O governador Alckmin tenta transformar o sofrimento da população de São Paulo em caso de polícia para esconder a falência do sistema de transportes sobre trilhos, causada pela relação promiscua do PSDB com o chamado “cartel dos trens”. Nesta operação diversionista conta com amplo apoio na mídia.
A FENAMETRO compareceu ao CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica e ao Ministério Publico Estadual, tão logo surgiram as primeiras denuncias sobre a existência de um cartel atuando no Metrô e CPTM, apresentando novos elementos que indicavam que o cartel também agia nos contratos atuais Metrô-SP. Nas reformas dos trens, na fracassada implantação do novo sistema de controle e sinalização de via (denominado CBTC). O CBTC foi apresentado como uma das principais soluções para acabar superlotação dos trens. Contrato assinado em 2008 para conclusão da implantação nas linhas 1,2 e 3 em 2011. O sistema não aprovado nos testes realizados na linha 2.
A população é que sofre no dia a dia os efeitos deste megaesquema de corrupção. Trens que vivem dando falhas, ar condicionado que funcionam de maneira precária, superlotação e tarifas abusivas.