Grupos ligados ao prefeito articulam pedido de cassação para impedir atuação do PSOL ao lado da população e dos movimentos sociais e contra interesses políticos
A bancada do PSOL na Câmara Municipal de Vinhedo, município do interior de São Paulo, em resposta à sua atuação incansável em defesa dos interesses da população e da classe trabalhadora, tem sido vítima de perseguição por grupos ligados aos setores mais conservadores da política no estado. E segundo denúncia do PSOL de Vinhedo, o prefeito Milton Serafim, que já foi preso duas vezes por extorsão, corrupção e formação de quadrilha, é quem comanda a caçada contra os vereadores Rodrigo Paixão e Valdir Barreto, do PSOL. Ligado ao grupo do deputado estadual Campos Machado (PTB), hoje o prefeito governa com uma liminar que suspendeu os efeitos da Lei da Ficha Limpa. “Seus inúmeros e graves processos no Tribunal de Justiça caminham a passos lentos”, afirma nota da Executiva Municipal do PSOL-Vinhedo.
A perseguição consiste na tentativa infundada de cassar os dois vereadores do PSOL e a vereadora Marta Leão, também de oposição ao prefeito. Antes de apresentar o pedido, o grupo que está à frente das ameaças promoveu intimidações, boicotes e usou o jornal Folha Notícias para atacar sistematicamente o PSOL.
Os argumentos inconsistentes, que embasam o pedido de cassação, são: os vereadores têm realizado denúncias sistemáticas pela internet, apresentaram projetos de lei inconstitucionais, levaram apresentadores do programa CQC, da Band, para Vinhedo e ofendem autoridades. Todos sem qualquer fundamento.
“Mesmo sem cabimento, é preciso considerar que o processo de cassação contra os vereadores do PSOL será conduzido politicamente. Avançamos na cidade e ganhamos a confiança da população. Seja em São Paulo ou Itaocara, Belém ou Niterói, Rio de Janeiro ou Macapá, Natal ou Florianópolis, Fortaleza ou Vinhedo, as máfias da velha política não admitem que o PSOL seja referência popular”, ressaltam as lideranças do PSOL na cidade.
Objetivo é calar a oposição
Toda essa ação se dá após um intenso trabalho dos mandatos, ao lado das lutas da classe trabalhadora da cidade, dos movimentos sociais organizados, em defesa de direitos para a maioria da população, contra a corrupção e em defesa da saúde e da educação públicas de qualidade. “A reação dos poderosos da cidade tem sido bárbara. O desmantelamento de um esquema de superfaturamento da merenda escolar foi a gota d’água para que as perseguições se intensificassem. Nossa atuação nesse caso economizou milhões de reais que eram gastos em preços acima dos de mercado. Uma iniciativa que trouxe ganhos concretos para a sociedade e arranhou a imagem da administração. Depois do nosso trabalho os preços despencaram”, denuncia o PSOL de Vinhedo.
Na avaliação dos militantes do partido, o objetivo com essa perseguição é cassar toda a oposição da cidade. Dos 15 vereadores, somente os três têm feito um trabalho completamente independente. O PSOL tem sido alvo constante de ataques, já que esteve ao lado das lutas do povo, em todos os momentos onde foi chamado.
Entre os trabalhos desenvolvidos pelos vereadores do PSOL na Câmara Municipal, se destacam, além da denúncia do superfaturamento da merenda escolar, o que implica em mais de 5 milhões de reais de economia, ações que barraram a aprovação de mais 17 secretários adjuntos, contrariando diversos interesses; que desvendaram vícios na destinação de apartamentos do “Minha Casa Minha Vida” a pessoas não sorteadas e que fizeram com que a Justiça Eleitoral eliminasse eleitores fantasmas, reduzindo em até 15% o eleitorado da cidade. Os vereadores do PSOL também descobriram crimes ambientais, como o aterro clandestino da Prefeitura ao lado do Rio Capivari; denunciaram a incompetência administrativa do governo municipal, que perdeu verbas federais e exigiram acesso à informação pública e mais transparência com o dinheiro público.
O advogado José Luiz Gugelmim, que assina o pedido de cassação, é de um partido da base aliada (PSB) e advogado do jornal que tem lançado calúnias contra a oposição, o que demonstra que cargos de confiança do governo e aliados participam ativamente desta articulação. Gugelmim também é sócio do filho do presidente da Câmara Municipal Rubens Nunes, conhecido como Rubinho Nunes, e do Diretor do Departamento Jurídico da Câmara, Rafael Carvalho.
Apoio da militância
Para a Executiva Municipal do PSOL de Vinhedo, há muitos interesses que motivam o governo e alguns grupos políticos da cidade a adotar a postura de perseguição. Além das questões econômicas – considerando que Vinhedo é uma cidade rica e a atuação do PSOL pode botar vários negócios em risco -, certamente se sentiram ameaçados pela crescente mobilização popular, que levou em 2013 milhares de moradores às ruas, por pautas específicas e independentes das causas nacionais das jornadas de junho.
“As forças conservadoras e ligadas aos esquemas que desmontamos querem nos calar. Neste momento delicado necessitamos do apoio dos militantes do PSOL, para que esta ofensiva não prospere contra a classe que vive do trabalho”, afirma a Executiva Municipal, reivindicando o apoio em defesa dos vereadores de Vinhedo.
Os dirigentes do PSOL em Vinhedo sugerem que diretórios em todo o país e parlamentares do partido lancem nota em apoio e denunciem o caso em suas páginas e perfis nas redes sociais. No próximo dia 3 de fevereiro, às 18h, haverá a primeira Sessão da Câmara Municipal de Vinhedo que vai tentar aprovar a instalação de uma Comissão Processante. A Executiva Municipal do PSOL ressalta que a presença de militantes será fundamental.
Fonte: PSOL Vinhedo-SP