Na capital do país, a revolta contra a truculência com que a Polícia Militar do governo Agnelo, do PT, agiu contra manifestantes na porta do Estádio Mané Garrincha impulsionou que um grande número de pessoas marcasse presença no ato convocado para esta segunda-feira, denominado de Marcha do Vinagre, fazendo uma ironia às prisões de manifestantes e jornalistas em São Paulo, que portavam vinagre para amenizar os efeitos do gás lacrimogênio. Os manifestantes, em sua maioria estudantes, se concentraram nas imediações do Museu da República, de onde saíram em passeata até a porta do Congresso Nacional, onde promoveram o ato mais demorado. Lá, um grupo de manifestantes conseguiu furar o cerco da Polícia e entrou na Câmara dos Deputados, pela entrada da “Chapelaria”.
De acordo com o dirigente do PSOL do Distrito Federal, Alexandre Varela, há muito tempo Brasília não tinha uma manifestação tão grande como a desta segunda-feira. “Sempre vimos grandes manifestações em Brasília, mas sempre de caráter nacional. Mas um ato de caráter regional como esse eu não vejo há algum tempo”, avaliou Varela.
Segundo o militante do PSOL, durante a manifestação palavras de ordem como “Fora Feliciano”, “Fora Renan”, “Fora Sarney” foram entoadas ao longo do percurso. Os manifestantes portavam cartazes com frases contra o aumento de passagem, em repúdio à truculência da polícia, pela liberdade de expressão e o direito à manifestação e contra os altos investimentos na Copa das Confederações. “Democracia é pra valer, e não só pra gringo ver”, “Verás que um filho teu não foge à luta” e “Brasil, mostra a sua cara” foram alguns dos cartazes vistos na manifestação.
Em São Paulo, manifestação “fecha” a Marginal Pinheiros. No Rio, protesto chega a quase 100 mil
A população de São Paulo assistiu nesta segunda-feira (17) a mais uma grande manifestação contra o aumento da tarifa do transporte público. Com concentração no Largo do Batata, a estimativa é que o número tenha atingindo aproximadamente 65 mil pessoas.
A manifestação se dividiu em dois grupos. Um seguiu pela marginal Pinheiros, em direção ao bairro do Brooklin, na zona sul, e o outro tomou os dois sentidos da Avenida Faria Lima. Por volta das 18h30, a Marginal Pinheiros, no sentido Interlagos (sul), foi bloqueada pela manifestação.
No Rio de Janeiro, a manifestação desta segunda-feira (17) contou com a presença de aproximadamente 100 mil pessoas, de todas as faixas etárias, segundo especialistas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). A concentração foi na Candelária, mas o ato já tomou várias ruas do centro da cidade. Cartazes chamavam de ditadores o prefeito do Rio e o governo do Estado, fazendo referência à atuação da Polícia Militar na manifestação da semana passada. Já na altura da Avenida Rio Branco, uma das maiores da cidade, os militantes gritavam “Se a passagem não baixar, o Rio vai parar”.
Até o fechamento desta matéria, as manifestações nas capitais ainda aconteciam.