Desde o aumento das passagens dos ônibus, no fim de ano passado, grupos da sociedade civil, cidadãos indignados, associações, partidos e entidades começaram a se movimentar.
Thiago Cavallini do PSOL de São Caetano
As ações tomaram corpo primeiramente na cidade de Mauá e logo se espalharam para outros municípios do Grande ABC. Santo André e São Bernardo já tiveram suas demostrações de insatisfação popular na semana passada. Nas próximas duas semanas, existem manifestações em mais quatro cidades da região, entre elas São Caetano.
A principal reivindicação é que os prefeitos das cidades revoguem os decretos que produziram o aumento “natalino” em 2012. Não é necessário projeto de lei, nem votação na Câmara para que se reduza a passagem, apenas uma assinatura dos chefes dos executivos. Outras questões sobre transporte público também são pauta do movimento.
O ATO EM SCS
Em São Caetano o protesto ocorreu no fim da tarde do dia 31 de janeiro, quinta-feira. Os manifestantes se concentraram na estação de ônibus da cidade e depois saíram em passeata até a Câmara municipal.
São Caetano foi o município que mais aumentou a passagem, de R$2,75 para R$3,30, um aumento de 20%.
O movimento aponta algumas incongruências neste aumento. A principal delas é a inadequação do valor ao tamanho da cidade e ao tamanho das linhas. Uma cidade de 15km², que é comparativamente do mesmo tamanho que bairros da capital, não pode ter uma tarifa igual a cidade de São Bernardo, com 406km² de área. Se fizermos as contas, fica praticamente mais barato ir e voltar do centro de carro do que de ônibus. Se colocarmos nessa equação a falta de conforto, de pontualidade e a demora no trajeto, o transporte coletivo perde de goleada.
Para os manifestantes, esse tipo de dado mostra que o aumento foi orquestrado pelas 7 cidades do ABCDMRR seguindo critérios políticos, não técnicos.