A direção estadual do Partido Socialismo e Liberdade vem a público manifestar grande preocupação em relação à crescente violência no estado de São Paulo.
Os dados apontam que só este ano mais de mil pessoas foram assassinadas sendo trezentas só nos últimos dias e na ampla maioria jovens e negros.
Há fortes indícios, verbalizados pelo próprio comando da polícia civil, de que essas mortes são resultados de execuções praticadas pela Polícia Militar e possíveis grupos de extermínio organizados dentro da própria corporação.
A dita “guerra” entre o crime organizado e a polícia está custando caro ao conjunto das trabalhadoras e trabalhadores que vem sofrendo com toques de recolher, política de saturação em importantes comunidades, sem contar o grande número de civis mortos brutalmente.
Ninguém em nome do Estado brasileiro pode decretar “penas de morte”! Eventuais suspeitos ou envolvidos com crimes devem ser presos, julgados e ter respeitados seus direitos individuais.
O governo Tucano vem se mostrando truculento e incapaz de responder efetivamente ao povo paulista. Pelo contrário, é responsável direto por crimes bárbaros como, cometidos na chamada “Operação Castelinho” há mais de uma década e os assassinatos de centenas de jovens inocentes em maio de 2006 e nos anos que se seguiram.
O PSDB não tem política de segurança pública e, em São Paulo, é de sua total responsabilidade a escalada do crime organizado no interior dos presídios e nas instituições públicas e o abandono das pessoas honestas à própria sorte.
O governo Federal (PT) e Alkmin brigam pela imprensa sobre se deve ou não haver apoio nacional para SP. Isso não passa de marketing eleitoral. Por um lado, porque a “Polícia Pacificadora” implementada no Rio de Janeiro só trouxe mais mortes para o povo trabalhador que continua vigiado por um exercito de homens armados. Por outro porque o governo federal tampouco faz sua parte que é gerar empregos com salários dignos e dar condição de educação, saúde e lazer aos jovens, única saída de fundo para acabar com a violência urbana.
Para o PSOL a simples mudança do comando da segurança pública no estado sem a mudança de postura para enfrentar a questão da violência não resolve o problema.
É fundamental e urgente pensar uma agenda com a sociedade paulista e brasileira, que considere o apoio aos familiares vítimas da violência; a profunda investigação dos possíveis grupos de extermínio através de uma CPI na Assembléia Legislativa; o fim dos chamados “autos de resistência”; a ampliação da defensoria pública do estado e a desmilitarização da polícia.
Acreditamos que o combate a violência não se dá com mais violência, mas com a inversão de valores e forte investimento do estado em políticas que garantam cidadania para trabalhadoras e trabalhadores com melhorais na educação, saúde, moradia, esporte, cultura e o efetivo controle social do Estado.
Direção Estadual do Partido Socialismo e Liberdade