Por: INTERSINDICAL
Alexandre Maciel
Jornalismo PUC-SP
Desde a última segunda-feira (14) trabalhadores e trabalhadoras do Metrô de cinco capitais estão em greve por aumento salarial. Em Belo Horizonte, João Pessoa, Natal, Recife e Maceió as companheiras e companheiros cruzaram os braços para reivindicar reajuste salarial e adicional noturno de 50%, plano de saúde integral, participação nos lucros e resultados. A paralisação é por tempo indeterminado.
Em São Paulo a situação não é diferente, reunidos em assembleia nesta quarta-feira (16), os metroviários decidiram somar às paralisações a partir da meia noite de quarta-feira (23). Segundo Paulo Pasin, presidente da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU)* propôs apenas reajuste salarial de 4,15%, que significa um aumento real de 0,50%; reajuste de 4,15% para o vale-refeição, alimentação e auxílio-creche. Como se não bastasse nada projetou quanto à outras reivindicações importantes como equiparação salarial; plano de saúde acessível para os aposentados; 36 horas semanais; e reintegração de todos os demitidos em 2007. Todas as propostas foram rejeitadas pela categoria.
Os metroviários reclamam reajuste salarial de 5,13% – 14,99% de aumento real –, VA de R$ 280,45 e para o VR, reajuste de 23,44%. Também não abrem mão dos itens supracitados que ficaram sem proposta da CBTU.
A próxima assembleia será no dia 22 de maio (terça-feira), a partir das 18h30.
*A CBTU é uma companhia ligada ao Ministério das Cidades e tem como ministro Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que assumiu o cargo em fevereiro deste ano e, segundo a Revista Exame, já iniciou no cargo – a convite da Presidenta Dilma Rousseff – sob suspeita. Segundo a revista, em 2006, Ribeiro foi acusado de improbidade administrativa, por conta de irregularidades em dispensa de licitação e na execução de despesas.
SOBRE A COLISÃO DOS TRENS NA QUARTA-FEIRA (16)
Por volta das 9h30 desta quarta-feira (16), dois trens da linha-3 vermelha, que faziam o trajeto Barra Funda – Corinthians Itaquera, colidiram entre as estações Carrão e Penha. Segundo nota da Secretaria Municipal de Saúde, 103 pessoas foram atendidas, feridas ou passando mal.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo publicou uma nota, em relação ao acidente, em que relembram o quanto o sindicato já vinha alertando sobre a falta de segurança nos trens do Metrô de São Paulo e recorrem à matéria que o jornalista Luis Carlos Azenha publicou em seu blogue, em 15 de março deste ano. Há exatos dois meses antes do acontecido.
Na reportagem, Azenha escreve sobre a situação de superlotação e o quão o Brasil está atrasado em número de linhas de Metrô. Como resultado, panes, trens superlotados e, consequentemente, falta de segurança. Leia a matéria clicando aqui.