O auditório Paulo Kobayashi da Assembleia Legislativa ficou lotado de estudantes de vários campi da Universidade Federal de São Paulo no dia 21 de maio, data em que o deputado e professor Carlos Giannazi organizou, junto aos universitários da UNIFESP de Guarulhos, uma audiência pública para debater a crise instalada na universidade. Convidada, a reitoria não compareceu à reunião.
Em greve há mais de 60 dias, os alunos abriram o ato lendo um manifesto público com várias denúncias, moções de protesto e reivindicações como a precária infraestrutura do referido campus na Grande São Paulo, falta de salas de aula e demais instalações adequadas, de funcionários e professores, perseguição, autoritarismo e ausência de diálogo com a comunidade acadêmica, problemas comuns a outros campi que estiveram representados por estudantes de Osasco, Baixada Santista, da capital, Diadema, São José dos Campos, entre outros, assim como pais de alunos e professores.
Membro da Comissão de Educação e Cultura da ALESP, o deputado comparou a precarização da expansão das universidades federais ao modelo adotado pelas FATEC´s e ETEC´s do governo estadual, Criticou também a criminalização dos alunos que estão sendo punidos através de processos administrativos e criminais por terem ocupado politicamente a reitoria, bem como o uso das forças policiais para desmobilizar e dissolver o movimento. “Pensei que apenas o reitor da USP, Rodas, fizesse isso”, disse Giannazi, comparando o comportamento autoritário das duas instituições públicas com seus alunos.
Giannazi apoia a paralisação dos estudantes e defendeu a ocupação das instalações da universidade como um ‘ato legítimo’ de luta. Revelou que o mandato repudia qualquer punição e que é inadmissível a criminalização do movimento de greve. O parlamentar disse que agirá em algumas frentes. “ Levaremos o caso à CEC da Casa, acionaremos a bancada federal do PSOL para pedir uma audiência junto ao ministro da Educação e buscaremos agenda com o secretário dos Transportes Metropolitanos para viabilizar uma melhoria no acesso via ônibus ao campus de Guarulhos”, ratificou, salientando que enviará as notas taquigráficas da audiência ao Ministério da Educação, à Presidência da República e à reitoria da UNIFESP.