O Sacolão das Artes, na capital paulista, será palco entre os dias 20 e 22 de abril, do Tribunal Popular da Terra, movimento que conta com a colaboração de mais de 200 organizações e entidades civis, e com a presença de lideranças políticas e militantes pelas causas sociais e humanitárias no Brasil e América Latina. Matéria do site da Caros Amigos.
Eliane Parmezani Caros Amigos
Os três eixos temáticos que nortearão a discussão envolvem “povos da terra versus agronegócio”, “acumulação de capital e a funcionalidade da cidade” e “disputa da terra e da territorialidade”. Nesses eixos será abordada a questão da militarização do Pinheirinho, o caso Guarani Kaiowá, as “remoções da Copa” em detrimento das obras do estádio de Fortaleza, a ocupação da fazenda Cultrale em Iaras (São Paulo), Curitiba: cidade modelo neoliberal, os megaprojetos em Belo Monte e as ameaças de morte contra militantes.
Conforme o folder oficial do movimento, os organizadores pretendem “realizar um profundo debate sobre a necessidade da organização popular em torno da questão da terra para oporem-se ao modelo de cidade, de campo e de desenvolvimento predominante que tem sua expressão nos megaprojetos (obras de infraestrutura), megaeventos (principalmente a Copa do Mundo e as Olimpíadas) e na ampliação do agronegócio que se demonstra insustentável por violar permanentemente direitos humanos”.
Para participar das sessões como membros do júri, juízes, acusadores e observadores, estão confirmados: Bia Abramides, Bruno Meirinho, Chico Whitaker, Claudia Durans, Debora Adão, Hamilton Assis, Helena Silvestre, Henri Clay, Hugo Blanco, Jairo Salvador de Souza, João Alfredo, José Damião Trindade, José Henrique Torres Rodrigues, Lucia Rodrigues, Luiz Cesar Macedo, Marcio Bantu, Megaron, Millaray Llanquileo Huichal, Osmarino Amâncio, Patricia Troncoso, Paulo Arantes, Plínio de Arruda Sampaio, Renato Roseno, Sônia Meire, Valdelice Tupinambá, Wagner Tito Blackpanther e Waldemar Rossi.
O Tribunal Popular nasceu em 2008, com o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ocasião em que entidades civis partidárias e apartidárias passaram a discutir e refletir a respeito das constantes violações contra os direitos humanos cometidas pelo estado brasileiro.
Desde então, além das entidades de direitos humanos, movimentos sociais, sindicatos, familiares de vítimas da violência policial e estatal, bem como militantes de diversos estados levantam um conjunto de denúncias, devidamente acompanhadas de provas e testemunhos, para apresentá-lo no Tribunal Popular.
Mato Grosso do Sul
A última edição do Tribunal Popular da Terra, em caráter regional, ocorreu no Mato Grosso do Sul entre os dias 30 de março e 1º de abril, tendo como pauta os “Povos da Terra – Estrutura fundiária”.
O encontro, realizado na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), apresentou oficinas que discutiram a questão agrária no estado tendo como foco o movimento negro e territórios quilombolas, os agrotóxicos e seus impactos e a luta pela restituição territorial dos povos indígenas.
Programação
20 de abril 9 hs – abertura 10 hs – primeira sessão de instrução: Iaras-Cultralle e a disputa pela terra 12h30 – almoço 14 hs – segunda sessão de instrução: Curitiba – Cidade modelo 16 hs – grupos de trabalho 18h30 – jantar 19h30 – atividade cultural
21 de abril 9 hs – terceira sessão de instrução – Belo Monte e megaprojetos 11 hs – quarta sessão de instrução – Fortaleza – remoções da copa 13 hs – almoço 14 hs – quinta sessão de instrução – Guarani Kaiowás – povos da terra 16 hs – sexta sessão de instrução – Pinheirinho – remoções forçadas 18 hs – grupos de trabalho 19h30 – jantar 20h30 – atividade cultural
22 de abril 9h30 – sétima sessão de instrução – ameaça e morte de militantes 11 hs – denúncias 12h30 – almoço 14 hs – julgamento final 18 hs – encerramento
Serviço: Sacolão das Artes Av. Cândido José Xavier, 577 Parque Santo Antônio, São Paulo, SP Informações:
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