O deputado federal Jean Wyllys (PSOL/RJ) foi eleito o segundo vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, instalada nesta terça-feira 3, na Câmara dos Deputados. Baseada em denúncias e matérias veiculadas pela imprensa sobre turismo sexual e exploração sexual de menores, a CPI foi estruturada uma semana após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) inocentar um homem acusado de estuprar três meninas de 12 anos, sustentando a decisão com o fato de elas serem prostitutas.
Segundo o deputado, que divide a coordenação da CPI com a deputada Erika Kokay (PT-DF), presidente da comissão; o deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), primeiro vice-presidente; e a deputada Liliam Sá (PSD-RJ), autora do requerimento de criação da CPI e relatora, o episódio mostra a urgência dessa CPI, bem como as dificuldades que enfrentará.
Alguns dos desafios da CPI, na opinião de Wyllys, estarão no enfrentamento de uma cultura que é reproduzida pela publicidade e meios de comunicação de sexualização precoce de crianças e adolescentes, tratada como algo natural. O deputado também acredita que outro desafio que a CPI enfrentará será o de fazer uma distinção clara entre a decisão adulta e consciente de ingressar na profissão de prostituta e a exploração sexual de crianças e adolescentes.
“É fundamental que a gente se articule, sobretudo não em ouvir, mas para cobrar políticas públicas do executivo nos âmbitos federais, estaduais e municipais, no enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes”, disse Wyllys. “Precisamos também enfrentar toda a vulnerabilidade que as posições de sujeito tornam as crianças; a posição étnica, a classe social, o gênero – por que são as meninas as afetadas – e a orientação sexual”, finalizou, lembrando-se do caso de adolescentes homossexuais do norte do país que são traficados para a exploração sexual em São Paulo.
Fonte: www.jeanwyllys.com.br