BRASÍLIA –O presidente do Conselho de Ética do Senado, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), anunciou nesta terça-feira ter acolhido a representação feita pelo PSOL contra o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO e agora sem partido), envolvido em denúncias de ligações com o empresário conhecido como Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal sob a acusação de comandar uma rede ilegal de jogos de azar.
Demóstenes terá dez dias, a contar da notificação a ser feita pelo colegiado, para apresentar sua defesa prévia. O processo a ser conduzido pelo colegiado pode levar, em último caso, à cassação do mandato de Demóstenes em plenário.
O relator do caso no conselho deve ser definido ainda na sessão desta terça-feira por meio de sorteio.
“A presente representação reúne todas as condições para avançar nesse colegiado, inclusive para viabilizar o inalienável direito de defesa do senador representado. Diante do exposto, acato a representação”, disse Valadares. Ele enumerou os requisitos para a possibilidade de representação contra um senador no Conselho de Ética, como a subscrição feita por um partido com representatividade no Congresso, no caso o PSOL.
Em razão das suspeições lançadas sobre as relações mantidas por Demóstenes com Cachoeira, o senador deixou, no fim de março, a liderança do DEM no Senado e pediu sua desfiliação do partido em razão do desgaste político e da falta de apoio na própria bancada.
(Bruno Peres e Raquel Ulhôa/Valor)