O ano de 2011 foi marcado por diversos enfrentamentos dos trabalhadores e trabalhadoras, nas mais diversas categorias. Todos os enfrentamentos, mobilizações, greves, aconteceram pela brutalidade que o sistema que vem atuando para impor o arrocho salarial e a retirada de direitos para superar sua crise. A militância do nosso partido esteve inserida em todas essas lutas, desde as mobilizações pela anistia dos bombeiros do RJ até as greves estaduais da educação, nos metroviários, químicos, metalúrgicos, bancários, petroleiros, trabalhadores das universidades e servidores públicos em geral.
Diante das lutas dos trabalhadores, o Estado, os governos e empresários fazem uma ofensiva ao direito de organização, de greve e de manifestação. É a criminalização das lutas para impedir a resistência da classe. Várias entidades sindicais sofrem multas pesadíssimas por ousar lutar. O interdito proibitório é outro instrumento jurídico da ofensiva do Estado sobre o direito de greve.
A unidade do movimento sindical combativo é importante para fazer frente a ofensiva patronal e do Estado. A militância sindical do PSOL realizou todos os esforços políticos e materiais para fundar um instrumento unitário, conformando uma nova central, classista e combativa aglutinando a maioria dos lutadores sociais.
Infelizmente, o último processo de tentativa de unificação – CONCLAT – foi derrotado. A derrota do CONCLAT e o aumento da fragmentação do movimento sindical de esquerda são de responsabilidade do PSTU. Esse partido atuou para dividir a militância sindical do PSOL, atuou de maneira autoritária durante o processo e fez uma tentativa de atrelar o movimento sindical ao seu projeto partidário.
Para nós do PSOL esse processo demonstra a incapacidade política desse partido em fazer uma atuação de frente ampla e democrática, levando em conta as diferentes realidades e formulações das organizações que compunham aquele congresso.
A imposição feita pelo PSTU no Conclat em relação ao nome da Central não foi debatida nas assembléias de base, portanto não havia delegação da base para impor seu projeto. A ruptura do Conclat, portanto, foi um ato de resistência ao autoritarismo e desprezo daquele partido pela unidade real do movimento sindical combativo.
Assim, nossa militância sindical se encontra fragmentada. Temos atuação em diversas organizações. A unidade da militância sindical do PSOL é necessária para fortalecer as lutas e construir, de fato, um instrumento superior que neste momento não será possível por conta da ação do PSTU, mas que continua sendo uma necessidade da classe. E, portanto, neste próximo período, não devemos fortalecer o projeto político do PSTU, que atua para derrotar nosso partido.