O PSOL deve investir em três pontos fundamentais: a) formação política – que deve assegurar de forma democrática a formação de quadros capazes de construir o partido e de intervir na luta concreta, incorporar os companheiros(as) mais preparados do partido e seus simpatizantes no trabalho sistemático de formação de novos militantes por meio de cursos, palestras, debates, seminários etc.; b) comunicação – um verdadeiro desafio que se coloca para o partido e que só pode ser enfrentado de forma coletiva, envolvendo o conjunto dos militantes que tenham formação e interesse na área, e que seja possível a produção numa escala significativa de um conteúdo próprio, crítico, inovador, capaz de fazer a disputa na sociedade; c) contribuição financeira efetiva –buscar a contribuição dos militantes e simpatizantes, uma campanha permanente de arrecadação que assegure nossa independência e condições efetivas de intervenção política.
Deve buscar uma nova síntese partidária, que enfrente a lógica predatória de autoconstrução presente em algumas forças políticas internas ao partido. Deve avançar na unidade política, no aumento do sentimento de pertencimento ao partido e da necessidade de construí-lo com espaços efetivamente democráticos e que de fato deliberem, desde a base, sobre as posições políticas que o partido deve adotar.
Deve intensificar a organização do partido no interior do Estado, no Litoral e na periferia das grandes cidades por meio do fortalecimento dos núcleos de base, dos diretórios municipais, dos setoriais e de secretarias regionais.
Deve trazer para dentro do partido a inventividade democrática, criar mecanismos de participação efetiva e permanente da militância e dos filiados. Uma das propostas para isso é a criação de uma instância consultiva e deliberativa que congregue todos os delegados e delegadas eleitas para o III Congresso Estadual de SP até o próximo congresso e possibilite a consulta e a deliberação via internet de posições que sejam polêmicas dentro do partido. Uma espécie de “Congresso Permanente”, que possibilite usar as novas ferramentas tecnológicas a serviço de uma comunicação mais imediata, intensa e horizontal dentro do partido.
Tudo isso significa um partido mais vocacionado para a disputa externa do que para a disputa interna. Reivindicamos a experiência do PSOL na rua, que é uma ação original, que dialoga direto com o povo, mecanismo que deve ser incentivado e multiplicado em todos os locais onde temos atuação. Precisamos priorizar um tipo de partido que de fato esteja presente nas lutas, nos movimentos, na organização popular. Que tome iniciativas, que propagandeie sua política de forma ampla, aberta, que dispute novos filiados, novos militantes e possa se construir efetivamente como um partido democrático, de massas e socialista.