O centro de Santiago amanheceu com barricadas nesta quinta-feira (4), que cortaram o trânsito em vários pontos, como antessala das mobilizações em defesa da educação pública que já tinham sido proibidas pelo governo. Não obstante, a concentração iniciou na avenida Alameda, rodeada por mil carabineiros que, minutos antes da marcha, avançaram com carros com jatos d’água e gases para dispersar os primeiros grupos. O governo conservador de Sebastián Piñera respondeu à nova manifestação dos estudantes chilenos, com balas de borracha, gás lacrimogêneo e 133 detenções.
Página/12
O governo conservador de Sebastián Piñera respondeu à nova manifestação dos estudantes chilenos, mobilizados em defesa da educação pública, com balas de borracha, gás lacrimogêneo e 133 detenções. As forças de segurança impediram que os estudantes secundaristas e universitários utilizassem o transporte público e realizou batidas nos colégios tomados. O porta-voz do Palácio de La Moneda, Andrés Chadwick, advertiu que não o governo não permitiria que os estudantes tomem conta do país, que a jornada de hoje seria “difícil” e que a lei “tem que ser respeitada”.
Horas antes da repressão, a líder universitária Camila Vallejo justificou o protesto porque “não aconteceram avanços substantivos” nas negociações que mantiveram nos últimos dias com representantes do governo Piñera. O governo havia feito uma proposta de 21 pontos, que despertou a imediata rejeição dos estudantes.
Em resposta, o porta-voz do governo disse que “os estudantes não são donos do país” e os criticou por estarem “obstinados” em marchar rumo ao palácio.
Na metade da manhã desta quinta-feira, os dirigentes estudantis apresentaram à Corte de Apelações de Santiago um recurso de proteção contra o ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, que os proibiu de marchar. Neste clima, a polícia atuou durante toda a manhã com detenções e ações de dispersão em distintos pontos da cidade.
O centro amanheceu com barricadas que cortaram o trânsito em vários pontos, como antessala das mobilizações que já tinham sido proibidas. Não obstante, a concentração iniciou na avenida Alameda, rodeada por mil carabineiros que, minutos antes da marcha, avançaram com carros com jatos d’água e gases para dispersar os primeiros grupos.
Logo em seguida, as forças de segurança impediram que vários grupos de jovens subissem nos ônibus da Transantiago que conduzem ao centro da cidade e desalojou vários colégios que estavam ocupados como o Colégio Alemão de Arica e o Liceu Vanlentín Letelier, de Recoleta, onde vários estudantes foram detidos.
Por sua parte, os partidos da Concertação começaram a expressar seu rechaço à repressão e exigiram que o governo respeite o direito à manifestação. Os deputados da Democracia Cristã, Gabriel Silber e Ricardo Rincón foram ao Palácio de La Moneda entregar uma carta a Hinzpeter criticando a decisão de não autorizar as marchas e – ante a possibilidade de pessoas ficarem feridas – “responsabilizando diretamente ao governo por não entender que a repressão e a limitação dos direitos básicos não é o caminho”.
Tradução: Katarina Peixoto
Fotos: La Nación (www.lanacion.cl)