As professoras e os professores de Cotia fizeram ontem, 16 de agosto, mais uma manifestação em defesa da educação. A manifestação reuniu professoras e professores da rede municipal e da rede estadual. Três pautas estiveram em destaque: a implementação da Lei do Piso, as reivindicações do professorado municipal e as declarações do vereador Beto Rodovalho, da base do governo.
Dia 16 de agosto foi um dia de mobilizações e paralisações em todo o país pela implementação da Lei do Piso, que estabelece, entre outras coisas, uma jornada de no máximo 2/3 em sala de aula. O município de Cotia e o estado de São Paulo não cumprem a lei no que se refere à jornada.
O professorado da rede municipal está em campanha desde o mês de junho com uma pauta de reivindicações que inclui: aumento de 30%, implementação da Lei do Piso, novo plano de carreira, redução de alunos por sala, melhores infraestrutura escolar e condições de trabalho, transparência no Confundeb e validação dos cursos. A prefeitura prometeu responder até a semana que vem. Uma assembleia que será realizada em 03 de setembro avaliará a proposta da prefeitura e decidirá sobre a necessidade de uma paralisação.
Por meio de reportagem do “Cotia todo dia” o professorado tomou conhecimento das declarações do vereador Beto Rodovalho reagindo à distribuição de panfletos com a pauta de reivindicações do movimento: “Às vezes acho que devemos é dar porrada”. A frase gerou indignação.
A manifestação ocorrida ontem, 16 de agosto, começou com uma panfletagem no centro da cidade. Depois da panfletagem, dezenas de professoras e de professores foram à sessão da Câmara onde abriram faixas com as reivindicações do movimento.
Na abertura da sessão o vereador Rodovalho tomou a palavra e leu um discurso cuja síntese foi: não falei aquelas palavras. Ele foi aplaudido pelas duas dezenas de apoiadores de seu mandato que estavam presentes. Houve uma pequena vaia de professores.
Outros vereadores foram à tribuna. A tônica foi de defesa da prefeitura e do vereador Rodovalho. A sequência de discursos gerou mais indignação. O movimento decidiu então sair da sessão em protesto. Pouco antes de o professorado sair da câmara, chegou a informação de que um representante do movimento teria cinco minutos para usar a palavra. Os presentes avaliaram que naquele momento de indignação melhor do que um falar por todos era que todos falassem a uma só voz: “Educação sim! Porrada não! E assim, repetindo essas palavras, as professoras e os professores fizeram democraticamente o seu discurso e o seu protesto se retirando da sessão.
Ao sair da câmara, o professorado se reuniu na Praça da Matriz e seguiu em passeata pelas ruas do centro da cidade. Antes da passeata houve algumas intervenções que destacaram que o movimento não pode perder o seu foco, que é a pauta de reivindicações e não o Rodovalho, e a necessidade de organizar a assembleia da rede municipal de 03 de setembro (a da rede estadual será em 02 de setembro).