Por Flavio Goldberg
Em muitos países e cito aqui as regiões nórdicas européias tais como Noruega, Dinamarca e Suécia em que as mulheres ocupam o espaço correspondente a sua dimensão humana, as condutas machistas mesmo “sutis” são repudiadas e juridicamente punidas com rigor.
O olhar malicioso, o gesto ambíguo, a insinuação verbal, o próprio gestual da paquera atrevida merece imediata rejeição.
Infelizmente não é o que acontece no Brasil. Amparado por uma tradição malandra cantada em prosa e verso no folclore e cultuada pela mídia preconceituosa e discriminatória acaba se fazendo uma opinião pública submissa as violações aos Direitos Humanos das Mulheres de preservar a privacidade de seu corpo e a dignidade do seu espírito.
É como se o espaço público fosse uma feira em que a mulher praticamente desde a infância tivesse que ser apreciada , seduzida e finalmente comercializada como objeto do desejo masculino.
A simples enunciação desta realidade que causa inclusive traumas e fobias em muitas mulheres é ridicularizada como um exagero do “Politicamente Correto”.
Como se por acaso ser politicamente incorreto fosse uma atitude libertaria e não a manifestação do arbítrio sexual, nesta conjuntura.
Na praia ou na escola, no hospital ou na tela da TV passa batido que o “Don Juan” é o garanhão orgulhoso da virilidade. Não é.
Flavio Goldberg é cronista e autor de “O Direito no Divã”, Ed. Saraiva