Governador do Rio, Sergio Cabral, chamou os bombeiros que participaram de um protesto de ‘vândalos e irresponsáveis’
O Quartel Central do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, ocupado por mais de dois mil bombeiros e familiares na noite desta sexta-feira, 3, foi invadido na manhã deste sábado, 4, pela tropa de Choque da Polícia Militar (PM) e por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Os policiais usaram bombas de efeito moral e bombas de gás lacrimogêneo. Pelo menos duas crianças sofreram intoxicação devido ao gás e dois adultos tiveram ferimentos leves na cabeça.
Cerca de 600 bombeiros que participaram da invasão foram presos. Encaminhados ao pátio do batalhão de Choque da PM, os manifestantes sentaram no chão e formaram a palavra SOS.
‘Não vamos recuar até que haja uma solução’
“Nós temos o pior salário da categoria no país, que é de R$ 950. Estamos há dois meses tentando negociar com o governo, mas até agora não obtivemos resposta. Nosso movimento é de paz e estamos em busca da dignidade. Não vamos recuar até que haja uma solução. Queremos um acordo, queremos que o governador se pronuncie”, disse o porta-voz do movimento, o cabo Benevenuto Daciolo, segundo o qual a categoria reivindica piso salarial líquido no valor de R$ 2 mil e vale-transporte.
Antes da invasão o comandante-geral da PM, Mário Sérgio Duarte, entrou no quartel para tentar convencer os bombeiros a retornarem para suas casas. Após seu discurso, o cabo Daciolo disse que os bombeiros têm que “pagar aluguel, compras, remédios” e que havia 50 homens armados entre eles, apelando ao comandante-geral da PM para que não permitisse que “o mal aconteça”.
Na tarde deste sábado, o governador do Rio, Sergio Cabral, deu entrevista coletiva para falar do caso. Ele chamou os bombeiros que participaram no protesto de “vândalos e irresponsáveis”. Cabral exonerou o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, Pedro Machado.
O PSOL manifesta seu total e irrestrito apoio à luta dos Bombeiros do Rio de Janeiro.Cadeia é pra ladrão e não para heróis. Vândalos são governantes incapazes de compreender que uma questão social não pode e não deve ser tratada com marginalização do movimento reivindicatório.
Como afirmou o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), “o que se espera de um governador é habilidade para negociar reivindicações de trabalhadores por salários justos e não repressão”.