O líder do PSOL deputado Chico Alencar disse que a saída de Antonio Palocci da Casa Civil é resultado da atitude do ex-ministro em abusar do direito de misturar negócio privado com interesse público.
“Isso é uma chaga que existe na história brasileira, na República brasileira. É preciso que não esmoreçamos no sentido de buscar delimitar essas funções. É preciso desprivatizar o Estado brasileiro; é preciso evitar que esse patrimonialismo moderno continue existindo dessa maneira”, afirmou.
De acordo com o deputado Ivan Valente, o PSOL, desde o início das denúncias, declarou que o que acontecia era tráfico de influências, numa “relação simbiótica entre o capital financeiro e a lógica do poder”. Para ele, o governo sofreu um desgaste maior ainda ao não tomar as medidas imediatas e necessárias para investigação e prestação de contas do ex-ministro Palocci.
Antonio Palocci pediu demissão ontem (terça-feira 7), da pasta da Casa Civil, depois de quase um mês de desgaste e dúvidas sobre o aumento exorbitante de seu patrimônio pessoal, enquanto era deputado federal, entre 2007 e 2010.
Reincidência – Em 2006, Palocci deixou o Ministério da Fazenda sob acusação de reunir lobistas em Brasília e de quebrar o sigilo bancário do caseiro Francenildo da Costa, testemunha dos fatos.
Segundo o líder Chico Alencar, Antonio Palocci é reincidente. “Desde a velha República de Ribeirão Preto, de saliências e negociatas, há época do Governo Lula, no Ministério da Fazenda, até agora, sobre esse aluguel para a moradia residencial tão mal explicado, com uma zona tão sombria e nebulosa”.
O deputado Ivan Valente afirmou que o Brasil precisa de transparência. “A função [na Casa Civil] é política. Nós exigimos transparência, vida republicana e um projeto que interesse a todo o povo brasileiro; não só o ajuste fiscal em nosso País, não só a eficiência e a eficácia, mas também a relação respeitosa entre os Poderes e um projeto de nação que distribua renda, riqueza e poder”.
O PSOL colhe assinaturas de deputado para apresentação de uma Proposta de Emenda a Constituição (PEC) que proíbe o parlamentar, enquanto no exercício do mandato, de prestar assessoria ou consultoria privada.