Pesquisa do Idec mostra reajustes acima da inflação nas cestas de serviços. Valor das tarifas avulsas e número de reclamações sobre cobranças indevidas também cresceram
A cada ano o reajuste nos preços dos pacotes de tarifas bancárias é mais alto. Nos últimos três anos, desde que entrou em vigor a norma do Banco Central que regulamenta a cobrança das tarifas bancárias, os reajustes mais que dobraram, chegando a 124%. Isso foi o que mostrou a pesquisa do Idec que analisou os reajustes feitos pelos sete maiores bancos do País – Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander – entre abril de 2008 e fevereiro de 2011.
A pesquisa foi elaborada por meio da comparação de números divulgados no site do BC. O objetivo das comparações foi avaliar o impacto da regulamentação das tarifas no mercado.
O levantamento apontou que, juntamente com o valor das tarifas, cresceu também o número de reclamações dos consumidores por cobranças indevidas e o lucro dos bancos com elas. Nos últimos anos, enquanto o lucro dos bancos com as tarifas subiu 30%, o número de reclamações, apenas entre 2009 e 2010, cresceu 23%.
Tarifas avulsas Os bancos Santander e HSBC apresentaram maior redução. Mas a redução ocorrida no HSBC foi bem pequena, cerca de 0,2% e esse é o banco que possui as tarifas mais caras do mercado. Já o Santander reduziu suas tarifas em 5%. Confira:
Pacotes de serviços Somente o Banco do Brasil não realizou alterações nos preços de seus pacotes. Em compensação, nos outros bancos, os reajustes foram exorbitantes. O Santander reajustou seus pacote mais simples em 124%, o valor subiu de R$ 8,90 para R$ 19,90. Vale lembrar que no período da pesquisa, a inflação acumulada medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 18%. Confira os resultados na tabela:
Cobranças indevidas O Itaú Unibanco também registrou uma queda nas reclamações, justamente no período de fusão do banco. Já o Santander e o Banco do Brasil, que também passaram por fusões, registraram um crescimento nas reclamações de 63% e 52%, respectivamente. Porém, os números acabam não refletindo a realidade enfrentada pelos clientes porque somente uma pequena parcela dos consumidores leva seus problemas ao BC, órgão responsável por regular o setor. “Como não há divulgação do relatório de reclamações das ouvidorias dos bancos, não é possível precisar qual abrangência de reclamações é alcançada pelos registros do Banco Central”, explica Ione. Receita gerada com as tarifas Compare A gerente jurídica do Idec, Maria Elisa Novais, afirma que a padronização das tarifas bancárias promovida pela regulamentação do BC há três anos foi positiva, por organizar as nomenclaturas para os consumidores, facilitando a comparação. “Mas ainda falta clareza, pois o cliente não sabe que tipo de serviço pode ser obtido gratuitamente e se o pacote oferecido é adequado ao seu perfil e sua renda”, declarou. Para ela, “muitos clientes pagam pelo serviço sem ter necessidade”. > Saiba mais sobre os serviços gratuitos aos quais todo consumidor tem direito e entenda a diferença entre Serviços Essenciais e Conta Eletrônica. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||