O adiamento da votação do Código Florestal na tumultuada sessão de ontem (11) da Câmara dos Deputados prova que o PSOL estava absolutamente certo em alertar para os graves riscos do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP). Apesar de uma bancada com apenas três deputados, a atuação do PSOL foi decisiva para o adiamento da votação, após a divisão da base governista, o recrudescimento da bancada ruralista e a tentativa do relator de ludibriar o plenário trocando itens essenciais como recomposição por regularização das reservas ambientais.
Ainda na discussão do projeto na Comissão Especial, o governo incentivou a pressa na tramitação do projeto e fez vistas grossas à aliança do relator Aldo Rebelo com os ruralistas, o resultado é uma redação que significa um verdadeiro crime ambiental consentido.
O recuo de setores do governo só tem sido possível devido a mobilização social contra as mudanças. A própria grande imprensa continua não dando destaque devido à questão, fala mais agora, devido aos adiamentos e ao impasse na bancada governista, mas em sua maioria tem apoiado as mudanças propostas pelo relator. Mas aos poucos a questão se torna de maior conhecimento público, o que aumenta o desgaste do governo em bancar essa proposta, contudo os acordos até agora já significam um baita retrocesso na legislação ambiental, como tem alertado a bancada do PSOL.
A hora é de aproveitar o adiamento para aumentar a pressão popular, para ampliar mais esse debate e derrotar a tentativa do agronegócio de devastar ainda mais o país.