Os protestos contra o aumento das passagens do transporte coletivo se espalham pelo país. No Estado de São Paulo não é diferente, além das manifestações na capital, outros atos acontecem na baixada santista. Nesta quinta-feira, dia 31, as 17h próximo à Cadeia Velha, no centro de Santos, acontece mais um ato contra o reajuste dos ônibus. No dia 13 de fevereiro a tarifa intermunicipal foi reajustada em 11%. O reajuste da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) provocou um aumento em cascatas das tarifas municipais. Em Cubatão, por exemplo, o aumento da tarifa foi de 25%.
O movimento na baixada tem uma agenda de atos e reuniões:
-31/03: 17h, Ato, concentração na Cadeia Velha (Centro, Santos);
-02/04: 10h, Ato, na Pça Barão (São Vicente);
-06/04: 19h, Reunião na JOC-Santos (R. Constituição);
História da luta pelo passe livre na baixada santista
A luta pelo passe livre para estudantes e redução da tarifa de ônibus, que originou os princípios e a idéia do Movimento Passe Livre aconteceu pela primeira vez no país em Salvador, capital da Bahia. Em 2003, milhares de jovens, estudantes, trabalhadores e trabalhadoras fecharam as vias públicas, protestando contra o aumento da tarifa. Durante 10 dias, a cidade ficou paralisada. O evento foi tão significativo que se tornou um documentário, chamado “A Revolta do Buzu”, de Carlos Pronzato.
Após as manifestações na Bahia, há um estouro do movimento em todo país e em Santos o movimento tem início em meados de 2004 e teve um “fim” em 2009, após grandes atos com enfrentamento da polícia, violência e processos jurídicos.
Após o último aumento na região da Baixada Santista, no inicio do ano, estudantes e trabalhadores começaram a se organizar, realizando atos, reuniões e vídeos-debate no município de Santos e de São Vicente e criando o Comitê de Luta pelo Transporte Público da Baixada Santista – CLTP-BS.
Os principais pontos de reivindicação do movimento são:
• Passe livre pros estudantes;
• Redução da tarifa dos ônibus municipais e intermunicipais JÁ;
• Bilhete único para todos;
• Pela volta dos cobradores, sem redução salarial dos motoristas.
O aumento na região foi entre 6% à 25%, o que causou um impacto e uma mudança muito grande na vida da população, o que de certa forma ajudou para o inconformismo e organização para luta.
Para além das questões da tarifa ser/estar extremamente abusiva, o transporte não ser de qualidade…há também a questão dos trabalhadores dessa empresas.
Os motoristas sofrem diversas opressões durante o trabalho, além da precarização e baixa condição de trabalho:
• É a categoria que mais se afasta por problemas de saúde;
• É o motorista que dirige, cobra a tarifa, pára no ponto, abre as portas quando dão sinal e ainda guarda o dinheiro do caixa no cofre;
• Em situação de assalto, a empresa de transporte só reembolsa R$30 do caixa, caso haja um roubo maior que esse, é o motorista que custeia, pois ele deveria ter colocado o dinheiro no cofre que fica ao lado de seu banco;
• Em uma jornada de 10 horas por dia, que chega muitas vezes à 14 horas, com paradas de 10 a 15 minutos que o motorista trabalha.