Na próxima segunda, dia 21 de março, é celebrado o dia mundial pela eliminação do racismo. O Comitê contra o Genocídio da População Negra, formado por diversas entidades do movimento negro, convocou um ato para denunciar a guerra civil oculta que ocorre no Brasil entre as polícias e a população negra e pobre. Só nos últimos últimos 5 anos a polícia brasileiras matou 33,5 mil jovens, na sua grande maioria negros. Os manifestantes estarão desde as 12h em frente ao Teatro Municipal, no centro de São Paulo, conversando com a população. Uma passeata pelas ruas do centro está marcada para as 18h.
O mapa da violência, publicado no final do ano passado pelo Instituto Sangari em parceria com o Ministério da Justiça, aponta que
os homicídios praticados no Brasil (a maioria pela policia), superam as mortes em territórios conflagrados. Os 27 anos de guerra em Angola matou 550.000 pessoas. Em 11 anos, entre 1997 e 2007, no Brasil, as vitimas fatais foram mais 512.000, comenta o pesquisador Luiz Flavio Gomes. Sendo que 3 em 4 vitimas são jovens negros entre 12 e 25 anos, 70% sem passagem na policia. Uma verdadeira guerra civil não declarada, contra o inimigo eleito pelas elites e pelo estado brasileiro: o povo negro, os indígenas e os pobres.
O mesmo mapa da violência também apresenta outro dado alarmante: enquanto caiu em 13% a mortalidade de jovens brancos vítimas da violência o número de jovens negros mortos aumentou quase 30%.