O centro de São Paulo recebeu na tarde de ontem (24) o 7º ato protesto contra o aumento das passagens de ônibus de R$ 2,70 para R$ 3,00. Após os confrontos no último ato, realizado na quinta-feira passada (17), havia um clima tenso entre os manifestantes. A Polícia Militar utilizou-se de várias estratégias para intimidar os manifestantes como utilizar helicópteros para sobrevoar a manifestação e exibição das equipes fortemente armadas logo no início do ato. Dessa vez, sem a repressão policial, quase seis mil pessoas participaram do ato, sendo o maior deles até agora.
A concentração para o ato aconteceu em frente ao Teatro Municipal. Ás 18h30 os manifestantes seguiram em direção ao prédio da Prefeitura, onde a PM os esperava com um efetivo de mais 60 homens, sendo 30 da Tropa de Choque com seus escudos. Além disso, a PM montou uma equipe digna de cobertura de desfile de escola de samba, com três fotógrafos e quatro equipes de filmagens, uma delas equipadas para transmissão via rádio das imagens, acompanhou todo o trajeto da manifestação. Fica a pergunta: O que a PM faz com essas imagens? Voltamos para a época da ditadura em que pessoas eram fichadas só por participarem em atos públicos, é isso Sr. Governador?
Para completar o clima de intimidação, a direção da PM destacou um de seus helicópteros Águia para acompanhar de perto todo o trajeto da passeata. Voando baixo, numa clara violação das regras de segurança, e iluminando com um holofote aqueles que participavam do ato, o helicóptero deu ao ato um clima ainda mais tenso e barulhento.
Seguindo sua cartilha de intimidação, a PM voltou a desafiar os manifestantes. Ás 19h50, quando as seis mil pessoas estavam perto do Terminal de ônibus Parque Dom Pedro II, resolveu mudar o que estava combinado com os organizadores do protesto e impedir a passagem pelo terminal, cercando as entradas com mais 20 polícias da tropa de choque. Após alguns minutos de discussão e palavras de ordem, a passeata seguiu por dentro do terminal, onde foi bem recebida pela população. O Ato seguiu de volta para a prefeitura
“Amanhã vai ser maior”
O 7º Ato contra o Aumento das passagens foi o maior ato dessa jornada de lutas contra o reajuste de 11% da tarifa em São Paulo. Além das muitas faixas de centros acadêmicos e organizações estudantis, nesta manifestação foram mais comuns faixas, cartazes e camisetas de sindicatos, como os metroviários e o Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado de São Paulo, a categoria profissional do manifestante que foi agredido e detido na manifestação passada. Comunidade de bairros carentes, como o Jardim São Luiz do extremo sul da cidade, também marcaram presença.
A próxima manifestação está marcada para a próxima quinta-feira, 3/3, com concentração na Praça do Ciclista, próximo do cruzamento da Av. Paulista com a Rua da Consolação às 17h.