Informamos ao conjunto do partido a realização do I Encontro Nacional dos Ecossocialistas do PSOL. A duras penas a ofensiva ruralista, no final do ano passado, contra o Código Florestal foi detida, mas nada garante – muito pelo contrário – que 2011 vá ser um ano diferente.
A nova presidenta, quando ministra, já se mostrava defensora de um modelo de desenvolvimento a qualquer custo. A exploração do pré-sal, justamente quando as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global nos exigem reduzir as emissões de CO2, assim como mais de 30 termelétricas, grandes hidrelétricas na Amazônia, além de Belo Monte, o projeto de mais usinas nucleares, a etapa decisiva da transposição sem recuperação do S. Francisco, etc. precisam ser combatidos.
Por mais que os ecocapitalistas e a grande mídia tentem salvar as aparências, os indicadores são os piores possíveis. Chegamos a uma concentração de 390 ppm de CO2-equiv na atmosfera, quando deveríamos estar estabilizados em 350ppm. Este fato aponta para um aumento de até 4 graus na temperatura média do planeta até o final do século.
Geleiras e glaciares estão em franco degelo. Nos pólos isso vai levar a uma elevação do nível dos oceanos tornando, em muito pouco tempo, inabitáveis vários países insulares. Aqui no continente sul-americano, o degelo dos Andes prenuncia uma grave crise da água na Bolívia, Chile e Peru. E com ela, uma crise na produção de alimentos.
No Brasil, a produção de grãos no RS já está prejudicada. Tornados em S. Catarina, Paraná, parte de São Paulo e até no Rio. Mudanças no regime de chuvas no semi-árido. Seca na Amazônia. Grandes extremos climáticos começam a se repetir no Sudeste. Na estufa em que se transformaram estas e outras cidades, a dengue promete cobrar seu preço em vítimas.
A tragédia na Região Serrana, com mais de mil mortos e desaparecidos é apenas outro capítulo da irresponsabilidade dos governantes em relação aos mais pobres, a grande maioria dos atingidos por esses fenômenos climáticos, provocados por um modelo de desenvolvimento insustentável.
Este modelo polui águas, solos e o ar, com seu modo de produção esbanjador de recursos naturais, e descompromissado com a vida. A investida contra o Código Florestal é exemplar. Além do impacto potencial da liberação de mais de 7 giga toneladas de carbono, as alterações propostas afetam muito as já combalidas matas ciliares, protetoras dos cursos d’água e mananciais, aumentando a pressão futura sobre a água.
Além disso, estados e municípios, sedentos de investimentos, têm se aberto para projetos extremamente daninhos, tanto para os ecossistemas, quanto para as populações mais pobres. As cidades-espetáculo, amigáveis para mega-projetos tipo Copa do Mundo e Olimpíadas, tornam-se mercadoria para serem consumidas, gerando lucros para o capital estrangeiro.
Essa nova agenda colocada exige que o PSOL, visceralmente ligado às lutas dos “de baixo”, avance nas suas formulações, propostas, campanhas e na sua prática. Entendemos este I Encontro dos Ecossocialistas do PSOL, como um momento de reflexão do partido, apontando para a organização e a luta política.
Abaixo a programação das atividades do Encontro, que ainda está aberta a sugestões e alterações.
I Encontro d@s Ecossocialistas do PSOL
De 01 a 03 de abril
No CEPAT – Curitiba – Paraná
Programação:
Programação:
01 de abril | Noite | Abertura: Crise Planetária e a Alternativa Ecossocialista |
02 de abril | Manhã | Desafios para a construção de agendas globais e regionais |
Tarde | Desenhando um Mapa dos Conflitos Socio Ambientais no Brasil | |
Noite | Confraternização e Atividades culturais | |
03 de abril | Manhã | Como construir um PSOL ecossocialista |