Lígia Ligabue
Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL, o professor e ex-vereador de Campinas Paulo Búfalo afirma que o partido está focado na criação de chapas proporcionais nas regiões. Em Bauru, a legenda lançará como candidato a deputado federal o professor Saulo Carvalho. Em sua passagem pela cidade, Búfalo afirmou que pretende fortalecer a militância do partido e chamar atenção da população para o debate mais crítico de questões como educação e saúde.
Búfalo ressalta que o PSOL mantém o convite ao PCB e ao PSTU para uma coalizão visando as eleições de outubro. O PSOL definiu como postulante à Presidência Plínio Arruda Sampaio, após a retirada da candidatura do ex-deputado federal Babá. Segundo Búfalo, enquanto a direção dos partidos ainda estão reticentes com a possibilidade de coligação, as bases estão mais favoráveis. “Há um diálogo com a base. Objetivamos a criação de um projeto unificado de esquerda”, ressalta.
Búfalo informou que o partido ainda está elaborando a proposta de plano de governo. Porém, ressaltou que a política adotada em questões como saúde e educação, tanto pelo governo estadual quanto pelo federal, são similares e ambas prejudiciais. Ele avalia que atualmente se busca apenas um gestor para o mesmo sistema, evitando-se abordar os pontos críticos de questões complexas, como o modelo educacional e o atendimento na saúde. “Há uma despolitização do processo eleitoral”, observa.
Ele também aproveitou sua passagem por Bauru para participar do debate sobre o toque de recolher para crianças e adolescentes, realizado ontem, na OAB. Contrário à medida, ele avalia que o toque de recolher é uma das maneiras de criminalizar a pobreza. “Em Bauru é inegável a importância de se colocar em pauta a ampliação da violência. Porém, existe a criminalização da pobreza e isso passa não só pelo governo estadual, como o federal, já que passam por eles a exclusão de uma grande parcela de pessoas”, ressalta.
Búfalo também defende a reformulação do modelo educacional. “Os projetos dos governos de Estado e federal são muito próximos. A meritocracia dos professores e a progressão automática, que vem trazendo enormes problemas a São Paulo, o MEC (Ministério da Educação ) vai implementar no ensino fundamental”, destaca. Búfalo defende um aumento do percentual do orçamento público a ser destinado obrigatoriamente para educação.
Porém, ele reconhece que o desafio do partido é grande. “Temos que furar o bloqueio do senso comum e dos grandes conglomerados de comunicação”, observa. “Por isso, temos que manter a mobilização e a motivação da base, além de contar com órgãos locais de comunicação”, destaca.
Para deputado
O pré-candidato a deputado federal pelo partido em Bauru, Saulo Rodrigues de Carvalho, destaca que atualmente o PSOL organiza e fortalece o seu núcleo na cidade. “Estamos inseridos nas lutas de vários segmentos”, afirma. “O partido tem que comprar as pautas dos movimentos sociais e se colocar à disposição dos movimentos, não para um controle, mas para interagirem conjunto”, observa.
Fonte: Jornal da Cidade de Bauru