José Nery lembrou ontem, no plenário do Senado, o assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang que completa cinco anos nesta sexta-feira, 12. O senador considera o crime como “consórcio de fazendeiros da Transamazônica”.
O parlamentar informou que um dos mandantes do crime, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, teve seu julgamento anulado, e passará por novo tribunal do júri no dia 31 de março. Já o outro mandante, Reginaldo Pereira Galvão, informou, aguarda julgamento em liberdade. O parlamentar defende que Pereira Galvão seja julgado juntamente com Bida.
José Nery apresentou também dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) segundo os quais foram assassinados 687 trabalhadores rurais no estado do Pará, entre 1982 e 2008. Desse total, disse, apenas 259 resultaram em inquérito policial ou processo criminal.
Segundo José Nery, dos 144 processos ajuizados apenas 12,5% chegaram a julgamento, com a condenação de nove mandantes e 18 pistoleiros e intermediários, sendo que nenhum cumpriu pena: estão foragidos ou aguardam recurso em liberdade.
O senador pelo Pará defende a tese de que os defensores dos direitos humanos e da justiça social no país costumam ser criminalizados pelo poder público.
– A morte de Dorothy Stang não foi um fato isolado. Faz parte da estratégia de força do aparato de Estado. Aqueles que rejeitam as suas benesses são criminalizados. Sua extinção física é a alternativa de grileiros e fazendeiros. O Estado, que se nega a implantar a verdadeira reforma agrária e sucumbe aos interesses de grandes fazendeiros, é cúmplice da violência – opinou.
Da Redação / Agência Senado