Do site do Sindicato dos Químicos Unificados
Congresso de fundação será em junho. Movimentos populares também integrarão a entidade
A atual conjuntura política e econômica e os encaminhamentos organizativos para a realização de um congresso de trabalhadores e movimentos sociais e populares que fundará uma nova central sindical no Brasil foram temas de atividade realizada na tarde de ontem (28/01/2010) na 10° edição do Fórum Social Mundial (FSM) 2010, em Porto Alegre/RS.
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Debate sobre reorganização dos movimentos dos
trabalhadores e sociais, no FSM 2010
A nova central sindical vem sendo gestada por aproximadamente 30 entidades sindicais e de movimentos sociais e populares, entre eles a Intersindical e a Conlutas. O Sindicato Químicos Unificados é um dos destaques neste projeto. O objetivo é o de reorganizar o movimento sindical e popular, colocando novamente a classe trabalhadora e a sociedade em luta por seus direitos.
A decisão sobre a necessidade da organização de nova central é fruto de diversos encontros promovidos pelas entidades. No 9° FSM realizado em Belém do Pará, em 2008, um encontro já debateu e avançou no tema. Detalhes em http://www.quimicosunificados.com.br/noticia_interna.php?id=1031&id_secao=63&busca=
Análises
Gilberto Maringoni, pela Intersindical, diz que o momento é de dificuldades para os trabalhadores que têm que enfrentar, ao mesmo tempo, os ataques que sofrem do governo federal, das empresas e das atuais centrais sindicais que “aderiram ao capital e atuam como parceiras dos patrões, traindo a classe”.
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Maringoni, da Intersindical
Ele também aponta como dificuldades a “forte reação e ofensiva da direita” contra a onda antineoliberal” que atingiu a América Latina desde o início dos anos 2.000, com a eleições de diversos governantes com perfil político ideológico mais à esquerda.
Ainda conforme Maringoni, a crise econômica mundial iniciada em 2008 justificou a implantação de políticas econômicas pró capitalistas por diversos governantes, “inclusive Lula”, com favorecimentos a grandes empresas, latifundiários, bancos e em prejuízo dos trabalhadores.
Arcari
Aceitar que as próximas eleições serão apenas uma disputa entre o PT e o PSDB é “cair em uma armadilha”, afirmou Valério Arcari, professor, representando a Conlutas. Ele diz que as polêmicas neste sentido que se vê pela imprensa são apenas fumaça, ilusão de que há uma disputa.
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Valério Arcari, da Conlutas
Defende Arcari que “para a burguesia, a classe dominante, não há qualquer diferença entre o governo FHC e o governo Lula. Portanto, tanto faz ganhar um ou o outro, pois o projeto político é o mesmo”.
Com esta leitura, Arcari defende que os partidos com linha ideológica claramente contrária ao capitalismo, comprometidos com a classe trabalhadora e com o socialismo, como por exemplo o Psol e ou Pstu, não devem “cair na armadilha” e partirem para o convencimento, para o debate para a conquista da consciência e do voto da sociedade.
Medeiros
Arlei Medeiros, dirigente do Sindicato Químicos Unificados, diz que os militantes que “sabem de sua importância histórica não se renderam ao capitalismo”. Por outro lado, afirma, muitos sucumbiram à luta e outros tantos “aderiram ao governo Lula”.
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Arlei Medeiros, dirigente do Unificados
Para Arlei, “não há saída para os trabalhadores nos marcos do capitalismo” e a construção coletiva da sociedade socialista é a alternativa.
Para finalizar, ele explicou como está a organização do congresso de fundação da nova central, que será realizado nos dias 5 e 6 de junho próximos, em Santos, e será denominado Conclat – Congresso da Classe Trabalhadora