Durante o Fórum Social Mundial, que está ocorrendo em Porto Alegre desde segunda-feira (25) até hoje (29), foram realizadas duas atividades importantes contra a criminalização dos movimentos sociais.
Secretaria de Comunicação do PSOL Nacional
A primeira ocorreu na tarde de terça-feira (26) e contou com a exibição de um vídeo sobre o assunto e depoimentos de diversas pessoas que relataram situações atuais de criminalização. Entre elas estavam João Batista Fonseca, dirigente do MTL em Minas Gerais e presidente do PSOL/MG; Neiva Lazzarotto, do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul – Sindicato dos Trabalhadores em Educação (CPERS); Gilmar Mauro, do MST; Ângela Almeida, do Tribunal Popular Nacional; Ana Hanauer, do MST/RS; Fernanda Melchionna, vereadora do PSOL em Porto Alegre (RS); João Alfredo, vereador pelo PSOL em Fortaleza (CE), e Raul Marcelo, deputado estadual pelo PSOL em São Paulo (SP). O evento reuniu cerca de 200 participantes.
De acordo com João Batista Fonseca – condenado pela justiça mineira a cinco anos e quatro meses de prisão por atuar na frente de luta pela desapropriação da fazenda Tangará, na região de Uberlândia, em 2001 (veja o manifesto em http://www.psol.org.br/nacional/nacional/1558-manifesto-em-solidariedade-aos-dirigentes-do-mtl-movimento-terra-trabalho-e-liberdade-e-do-psol ) – ao fim da atividade ficou claro que a onda criminalização dos movimentos sociais ocorre em todos os estados do Brasil seja contra aqueles que reivindicam moradia, reforma agrária, que fazem greves, lutam pelos direitos humanos, etc. “Falamos da necessidade de se criar uma unidade política de intervenção e cobrança que consiga agir junto ao poder judiciário, ao Ministério Público e à sociedade como um todo, de forma que haja punição daqueles que tornam a organização do povo um crime”, ressaltou.
A segunda atividade ocorreu na quinta-feira (28) à noite e lotou o plenário da Assembléia Legislativa local com representantes de movimentos sociais do Brasil e da América Latina, entre outros participantes. “Durante o evento foram feitas uma série de denúncias de como a máquina repressora atua sobre o povo organizado, incluindo espionagem e vigilância, contando com o envolvimento do poder judiciário e o apoio da mídia”, disse Luís Arnaldo Campos, dirigente nacional do PSOL no Pará, que participou do ato.
Segundo ele outras atividades e discussões de destaque já ocorreram no Fórum de Porto Alegre, entre elas as denúncias e atos contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará; a construção de rodovias que cruzam a Amazônia e passam por cima de povos indígenas, fortalecendo somente o poder das grandes construtoras; a necessidade de boicote econômico do Brasil a Israel, que vem massacrando o povo palestino e dividindo suas terras com um muro, e a organização da Conferência pelos Direitos da Mãe Terra, em abril, na Bolívia, onde deverá ser aprovado um plebiscito responsabilizando países capitalistas, como os Estados Unidos, pela destruição da natureza mundial.
Ana Maria Barbour