Por Sérgio Vladiro Guimarães – Militante do PSOL/BA
A campanha eleitoral deve estar centrada na apresentação e defesa de um programa socialista coerente, concreto e viável para o país, que busque a defesa do meio ambiente ecológico, o crescimento econômico sustentável, a distribuição efetiva crescente da renda e da riqueza, a diminuição das disparidades social e regional, e a execução de uma política externa soberana, de independência ante os poderosos grupos de paises dominantes e de solidariedade com as demais nações.
Recem-ingresso no PSOL/BA, me vejo já desencantado com as acirradas divergências internas, que me remetem às origens do PT, nos idos de 1981-1987, quando nele militava. Mas, em que pese o desacorçoamento, creio na força da utopia socialista e, com principalidade, creio no ser humano e em seu destino libertador. Assim me não posso furtar a dar uma contribuição, por modesta que seja, para a discussão fraterna do caminho a seguir nas eleições de 2010. Eleições burguesas, friso bem, nos marcos da dominação capitalista. Daí as linhas que traço, a seguir, em forma bem esquemática.
[1] A campanha eleitoral deve estar centrada na apresentação e defesa de um programa socialista coerente, concreto e viável para o país, que busque a defesa do meio ambiente ecológico, o crescimento econômico sustentável, a distribuição efetiva crescente da renda e da riqueza, a diminuição das disparidades social e regional, e a execução de uma política externa soberana, de independência ante os poderosos grupos de paises dominantes e de solidariedade com as demais nações.
[2] O foco de nossa participação eleitoral deve estar centrado no aumento da representação parlamentar, deputados federais e estaduais, com vista a ampliar nossa caixa de ressonância, nosso palanque, a capacidade de ecoar nossa voz e de multiplicar a comunicação e difusão das ideias que defendemos e praticamos.
[3] Devemos fugir da armadilha eleitoral institucional, e nela não cair em hipótese alguma. As candidaturas executivas, a presidente e a governador de estado, devem desempenhar o papel primordial de carrear votos para eleição de parlamentares, não se devendo acalentar a mínima ilusão sobre a possibilidade de se governar qual quer unidade federada, por menos importante que seja, nos marcos da “democracia” vigente. Por esta forte razão, a preferência é pelo lançamento de candidaturas próprias, alianças ficando restritas à capacidade do candidato apoiado de arrastar votos para os candidatos parlamentares aliados. Aliança no campo da esquerda, claro.
[4] O candidato a presidente deve ser quem porte maior capacidade de acumular votos para a legenda, em primeiro lugar, e, só depois, a de aglutinar as forças de esquerda em oposição aos candidatos das classes dominantes, de qualquer coloração e origem. Um candidato do partido, óbvio.
[5] Por força da necessidade fundamental de aumentar a bancada federal do partido, os deputados Ivan Valente, Chico Alencar e Luciana Genro, que se candidatam à reeleição, não podem nem devem assumir a candidatura a presidente. O mesmo deve valer no âmbito estadual, para os deputados estaduais, nas mesmas condições.
[6] A desistência de HH à candidatura presidencial, para concorrer a uma cadeira no Senado por Alagoas, deixou o partido sem um carro chefe nacional. Aqui de meu cantinho, no interior da Bahia, percebo e avalio o potencial da candidatura de Plínio de Arruda Sampaio. Mesmo sem apresentar as características de um puxador de voto, parece o nome mais viável para cumprir a finalidade, itens [1] e [2], a que se propõe um candidato presidencial do partido. É, sem sombra de dúvida, o candidato mais viável do partido.
É esta, em toscas linhas, a despretensiosa contribuição que um companheiro comunista psolista, do interior da Bahia, se aventura a dar para a discussão do caminho eleitoral a seguir pelo PSOL em 2010.
Um lembrete de esperança incentivadora: “Quando se sonha só, é um simples sonho, quando muitos sonham o mesmo sonho, é já a realidade”.
Saudações psolistas.
Sérgio Vladimiro Guimarães, 78, servidor público, com formação completa em engenharia civil, aposentado pela Prefeitura Municipal de Salvador, é membro ativo do Instituto de Formação Cidadã Dom Helder Câmara – IDHEC, Jaguaquara – Bahia.