Por Pedro Fuentes
Hoje pudemos falar por telefone com Gilberto Rios, dirigente de "Los Necios", grupo político com uma grande presença nas universidades, e que é um dos principais animadores da resistência hondurenha. Sua voz não só era muito firme mas também transmitia a alegria de ter obtido uma vitória da resistência.
Disse-nos:
"Nunca em Honduras a abstenção foi tão grande; mais de 70%, ao que se têm de somar os 2% de votos nulos e os 3% de votos em branco reconhecidos por eles mesmos. Esse resultado é mais gritante ainda porque foi em meio à coação sistemática que fez o aparelho burguês e o exército para que se fosse votar. Os empregados públicos deviam mostrar seu dedo menor colorido na segunda-feira em seus trabalhos e o mesmo devia se fazer nas maquiladoras, propriedades dos gringos e dos grandes burgueses. Houve bairros onde o exército, com os caudilhos conservadores e liberais, ia diretamente às casas a procurar os moradores para que fossem votar; no sábado, houve dezenas de detidos".
Em conclusão, diz Gilberto:
"Lobos é o presidente mais minoritário de toda a história de Honduras. Nas condições de coerção que mencionávamos, não foi apoiado nem por 1 de cada 10 habitantes de Honduras; não representa de maneira nenhuma o povo do nosso país".
"O estado de ânimo de triunfo da resistência ficou expresso na caravana que se fez ontem, segunda-feira, em Tegucigalpa, na qual participaram milhares de carros. Foi muito grande e, à passagem da mesma, as pessoas aplaudiam e mostravam seu dedo limpo e "blanquito", sinal de que não tinham ido votar".
"Houve muita perseguição e provocações específicas a alguns dirigentes importantes da resistência".
Perguntamos a Gilberto pela situação de Juan Barahona e nos disse que se encontra muito bem, custodiado, ressaltando que ele se converteu no líder de massas mais reconhecido do pais hoje em dia.
Gilberto Rios concluiu nos dizendo que, "logo depois desses cinco meses de intensa mobilização, agora a Frente de Resistência vai entrar num período de estruturação e organização para continuar a luta política e social".
Isso mostra que a Frente de Resistência se converteu no principal protagonista, na principal força político-social do país e que o processo hondurenho está longe de se haver fechado com essas eleições; pelo contrário, entrou agora em uma nova fase.
Resistência
hondurenha rechaça diálogo com ganhador de eleições fraudulentas
Tegucigalpa, 30 nov. (PL) – A resistência hondurenha desconheceu hoje os resultados do questionado processo eleitoral do domingo e disse que não dialogará com o ganhador dessas eleições, Porfirio Lobo.
"Nós seguimos rechaçando qualquer diálogo com os golpistas", disse o ex-candidato presidencial Carlos Reyes numa roda de imprensa.
Pelo contrário, após a denominada farsa eleitoral, a Frente Nacional de Resistência contra o Golpe de Estado chamou à mobilização permanente para reclamar uma asseambleia constituinte que devolva a democracia à nação centro-americana.
O dirigente camponês Rafael Alegría, um dos líderes da Frente, chamou a manter a mobilização permanente em rechaço às eleições e em demanda de uma constituinte.
O movimento expressou que esse é o único caminho para reverter o golpe e assinalou que os objetivos são agora a restituição da ordem constitucional e do mandatário legítimo, Manuel Zelaya, no poder.
Após conhecer sua vitória nas votações, Lobo chamou à noite a um diálogo nacional aberto e amplo, que foi rechaçado pela resistência, agora fortalecida pelo êxito de seu chamado à abstenção.
A abstenção nas eleições superou 60% segundo declarações do presidente legítimo Manuel Zelaya.
As eleições presidenciais, celebradas sob um regime de fato que se instaurou em 28 de junho passado, foram condenadas pela maioria dos países latino-americanos.
Fonte: Prensa Latina
Denunciada
repressão contra população hondurenha nas eleições
Tegucigalpa, 30 nov. (PL) – Organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram hoje os atropelos e a repressão de que foi vítima a população hondurenha durante as eleições de domingo.
Entre outros, o desaparecimento do hondurenho Jenys Mario Umanzor Gutiérrez, detido na madrugada de domingo pela Polícia Nacional, horas antes de se iniciarem aqui as questionadas eleições presidenciais.
Várias delegações de organizações internacionais se encontram nesta nação centro-americana há vários dias avaliando a situação dos direitos humanos nas votações, especialmente dos membros da Frente Nacional de Resistência contra o golpe de Estado.
Sobre a jornada das eleições, Anistía Internacional informou num comunicado que se identificaram casos de detenções arbitrárias, pessoas espancadas e obrigadas a assinar declarações com as que não estavam de acordo.
Em San Pedro Sula, onde mais de mil seguidores do presidente legítimo Manuel Zelaya se pronunciaram contra a farsa eleitoral, várias pessoas informaram ter sido espancadas quando participavam numa manifestação pacífica.
Também foi ferido um jornalista da agência de notícias Reuters e uma colega da cadeia de televisão Al Jazzera, que foi retirada a golpes e empurrões de um hotel de onde informava que as eleições aqui não fueram maciças nem limpas.
O acontecido foi noticiado pelo canal 11 de televisão, que mostrou imagens onde se vê os agresores, que portavam chalecos de observadores internacionais convidados pelo Tribunal Supremo Eleitoral.
Fonte: Prensa Latina
Celebrarão em Honduras fracasso das eleições do regime de fato
Tegucigalpa, 30 nov. (PL) – Os setores sociais e políticos de Honduras opostos ao golpe militar anunciaram que celebrarão hoje o fracasso do regime de fato nas eleições desse domingo.
Num comunicado, a Frente Nacional contra o golpe de Estado assegurou à noite que a abstenção, a partir dos resultados de um monitoramento em todo o país, foi de 65 a 70%.
Considerando que esse resultado representa uma grande vitória do povo hondurenho, a Frente convida todo o povo em resistência a celebrar a derrota da ditadura, afirma o documento.
O presidente Manuel Zelaya, derrocado pelos militares em 28 de junho passado, confirmou esses dados e assegurou que em algumas regiões do país a abstenção às urnas chegou a 75%.
Porta-vozes do governo de fato e dos meios de imprensa, controlados pelos grupos de poder que financiaram o golpe militar, insistem em assegurar que a afluência às urnas foi maciça e a qualificar de exitosa a jornada.
O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) só deu informações sobre o escrutínio passada esta meia-noite, nos quais assegura que o comparecimento às urnas foi de pouco mais de 61%.
Segundo esse primeiro balanço, está à frente na votaão o candidato do conservador Partido Nacional, Porfirio Lobo, um rico empresário criador de gado, de 62 anos, que respaldou o golpe militar de 28 de junho.
O sacerdote jesuíta Ismael Moreno afirmou horas antes que a fraude se instalou oficialmente nas questionadas eleições desse domingo, caracterizadas – precisó – por uma alta abs
tenção.
O padre Moreno, diretor da emissora Radio Progreso, do norte do país, desqualificou as versões do TSE segundo as quais a votação é uma das mais altas da história do país.
Essas afirmações das eleições mais votadas só se podem explicar se de antemão já tinham uma decisão tomada, advertiu.
O comparecimento às urnas foi absolutamente raquítico, foi gota a gota, sublinhou o religioso, ao assegurar que há razões para se suspeitar das informações do TSE.
A Frente Nacional respaldou essa afirmação, a partir de um monitoramento realizado por seus ativistas.
Com plena satisfação anunciamos ao povo hondurenho e à comunidade internacional que a farsa eleitoral montada pela ditadura foi contundentemente derrotada devido à raquítica afluência de votantes às urnas, afirma.
Dessa forma o povo castigou os candidatos golpistas e a ditadura, que agora estão no aperto de como mostrar ante à opinião pública internacional um volume de votantes que não existiu, agrega.
A Frente anunciou um ato a partir do meio-dia e em seguida uma caravana de veículos na capital no meio da tarde.
Fonte: Prensa Latina
Farsa eleitoral em Honduras demonstra necessidade de Constituinte
Managua, 30 nov. (PL) – O alto abstencionismo na farsa eleitoral montada pelos golpistas em Honduras mostrou hoje que o país necessita mudanças democráticas profundas, as quais só são possíveis através de uma Assembleia Nacional Constituinte.
Assim se expressou, em declarações a Prensa Latina, o ministro da Presidência do deposto governo hondurenha Enrique Flores Lanza, que destacou que o ganhador deste processo fraudulento foi o povo, a resistência e a liderança do presidente José Manuel Zelaya.
"Honduras, sublinhou, necessita mudanças democráticas profundas e isso só pode ter lugar através de uma Assembleia Nacional Constituinte, que reescreva o contrato social de Honduras, sobre uma base de equidade e justiça social".
Destacou que a maioria do povo hondurenho deu as costas para os golpistas e os castigou. "A evidência mostra que o povo espera uma proposta que traga solução para suas vidas. Um novo contrato social que traga o desenvolvimento com equidade, com justiça, com igualdade, e isso está na Constituinte", esclareceu.
Flores Lanza assinalou que Zelaya foi claro ao definir estas eleições como fraudulentas, ilegais e agora ignoradas e repudiadas pelo povo.
Essa situação situa o mandatário, disse, à frente dessa aspiração de lograr uma nova fórmula de condução do país com base numa nova Constituição, que permita aos hondurenhos seu desenvolvimento.
O ministro conclamou seus compatriotas e a comunidade internacional para que este triunfo e esta vitória de hoje se erija na maior força política e seja traduzida num apoio que permita a restituição do presidente Zelaya para dirigir um novo processo eleitoral e uma Assembleia Nacional Constituinte.
Enquanto isso, emissoras de rádio captadas aqui davam testemunho do alto nível de abstenção nas eleições e, segundo Zelaya, essa cifra oscila entre 60 e 65%, dados que duplicam o não comparecimento às urnas de quando ele ganhou a presidência.
Fonte: Prensa Latina
Resistência
de Honduras anuncia fracasso de farsa eleitoral golpista
Tegucigalpa, 29 nov. (PL) – A Frente Nacional contra o golpe de Estado de Honduras afirmou hoje haver constatado o fracaso da farsa eleitoral realizada pelo regime de fato imposto pelos militares há cinco meses.
Num comunicado, informou que, das 7 às 11 horas, a afluência de eleitores às urnas foi escassa, "em que pese a campanha de intimidação com ameaças de penalização de quem não se apresdente para votar". Acrescenta que o povo resistiu também "às ameaças de repressão laboral que governo de fato e parte da empresa privada fizeram a seus empregados que não demonstrem haver exercido o voto".
Esta realidade desautoriza o Tribunal Supremo Eleitoral de dar a conhecer resultados exagerados com o fim de conferir credibilidade a sua farsa eleitoral, adverte essa vasta aliança de forças sociais e políticas.
O exposto – sublinha – significa que o povo hondurenho adquiriu maturidade para reconhecer que quem convoca esse processo eleitoral ilegítimo constitui o principal obstáculo à democracia. Felicita toda a população por aderir voluntariamente ao chamado da Frente Nacional de Resistência de realizar un Toque de Recolher Popular ativo para não avalizar a farsa eleitoral da ditadura, aponta. Expressa reconhecimento ao povo por sua atitude digna e valente e o cpnvida "a manter-se firme e alerta nessa posição até derrotar definitivamente a manobra golpista".
Denunciamos ante o povo hondurenho e ante a comunidade internacional que as forças repressivas do governo usurpador continuaram com sua campanhaa de terror contra quem se opôs ao golpe de Estado, afirma. Esclarece que desde a noite de ontem e madrugada de hoje o regime realizou revistas arbitrárias em organizações populares, casas, ações de intimidação policial em bairros e comunidades que são bastiões da Resistência.
Outras das ações repressivas denunciadas pela Frente são os cercos militares contra sedes de sindicatos e o bloqueio de ruas e estradas com barreiras intimidatórias.
Agradecemos a solidaridade dos povos centro-americanos por sua valente postura ao bloquear as estradas panamericanas em repúdio às eleições ilegais do regime golpista, expressa também o comunicado.
As eleições deste domingo são rechaçados pela maioria dos países, com a exceção do governo dos Estados Unidos e de seus aliados mais próximos.
Fonte: Prensa Latina
Comunicado no 40
Frente Nacional de Resistência Popular Contra o Golpe de Estado denuncia o fracasso da farsa eleitoral
Com plena satisfação anunciamos ao Povo hondurenho e à comunidade internacional que a farsa eleitoral montada pela ditadura foi contundentemente derrotada devido à raquítica afluência de votantes às urnas, em tal grau que o Tribunal Eleitoral golpista teve que prorrogar por uma hora a mais a votação. até as 5 p.m.
O que está à vista não requer lentes de aumento. O monitoramento que nossa organização fez em nível nacional, nos diz que o nível de abstenção é no mínimo de 65 a 70%, o mais alto na história nacional, o que implica que apenas votou um porcentagem máximo de 30 a 35% do eleitorado. Desta forma, o povo hondurenho castigou os candidatos golpistas e a ditadura, que agora estão no aperto de como mostrar diante da opinião pública internacional um volume de votantes que não existiu. Denunciamos que para isso recorreram a manobras fraudulentas como o ingresso de salvadorenhos, afins do Partido ARENA, trazidos para votar em nosso país, tal como foi denunciado pelos camponeses no município de Magdalena, Intibucá. E devemos esperar que tentem incrementar o volume eleitoral mediante a manipulação eletrônica.
O desespero do regime de fatoés tal que reprimiu brutalmente a manifestação pacífica que se realizou na cidade de San Pedro Sula, na qual resultaram vários companheiros feridos, espancados e detidos; e se noticia um desaparecido. Entre os feridos se informa de um repórter de REUTER e se noticia a detenção de dois religiosos do Conselho Latino-americano de Igrejas que trabalhavam como observadores dos direitos humanos.
Considerando que esse resultado representa uma grande vitória do povo hondurenho, a Frente Nacional de Resistê
ncia convida todo o povo hondurenho em resistência a celebrar no dia de amanhã a derrota da ditadura.
Convoca-se para Tegucigalpa una Grande Assembleia no dia de amanhã, segunda-ferirafeira, 30 de novembro, a partir das 12 horas na sede do STYBIS e à grande Caravana da Vitória contra a Farsa Eleitoral a partir das 3 da tarde, saindo de Planeta Cipango.
Resistimos e Venceremos!
Tegucigalpa, M.D.C. 29 de novembro de 2009
Fonte: http://contraelgolpedeestadohn.blogspot.com/2009/11/comunicado-no-40_29.html
As fraudulentas eleições hondurenhas
mostraram uma maciça abstenção de
eleitores e se caracterizou por uma
mobilização militar sem precedentes,
que foi acompanhado de violenta
repressão.
AFP PHOTO/Elmer MARTINEZ
Militares de Micheletti reprimen violentamente marcha pacífica en San Pedro Sula
Tegucigalpa, 29 Nov. ABN.- Membros do Exército de Honduras, que apoia o regime golpista de Roberto Micheletti, reprimem os manifestantes que de forma pacífica marcham em San Pedro Sula como medida de protesto contra o processo eleitoral fraudulento que se desenvolve neste domingo sob o comando das autoridades de fato.
Em contato telefônico com teleSUR, a jornalista hondurenha Daisy Bonilla informou que as forças militares usam bombas lacrimogêneas e pauladas para arremeter contra a marcha que insistiu em seu caráter pacífico.
‘Está se vivendo um caos (…) a repressão provém da força militar e policial, é um clima de intolerância, estamos praticamente militarizados, os policiais estão com paus e com armas de regulamentares, cercam com cordões policiais o centro da cidade e revistam as pessoas que passam pelo lugar’, descreveu Bonilla.
As fraudelentas eleições que se efetuam neste domingo em Honduras mostraram uma maciça abstenção de eleitores e se caracterizaram por uma mobilização militar sem precedentes, que é acompanhado de violenta repressão, presença de paramilitares e incessantes violações dos direitos humanos.
Fonte: Agencia Bolivariana de Noticias
Com forte mobilização militar e numerosas
violações dos Direitos Humanos, o regime
ditatorial de Micheletti deu início ao processo
de votação nas fraudulentas eleições
hondurenhas.
AFP PHOTO/Orlando SIERRA
Escasso comparecimento às urnas em eleições hondurenhas
Tegucigalpa, 29 nov. (PL) – As eleições hoje em Honduras para avalizar o golpe de Estado de 28 de junho passado trascorrem sem maiores contratempos e com uma escassa participação popular nas urnas.
Algumas seções eleitorais, sobretudo nas zonas populares, estavam desertas, enquanto que nas entradas de outros locais de votação era possível contar com os dedos das mãos o número de votantes.
Só em centros localizados em bairros da elite faziam-se filas de pessoas que em sua maioria não escondían seu desprezo pelas ideias de corte popular defendidas pelo presidente Manuel Zelaya.
Num de tais centros votou o governante de fato, Roberto Micheletti, que chegou vestido de branco para falar de paz poucas horas depois de que numa barreira militar fora baleado um jovem.
A televisora multiestatal Telesur validou os augúrios do presidente Zelaya, que prognosticou uma abstenção de mais de 50%.
Alguns analistas esperam que estas sejam as eleiuções com menor participação, num país caracterizado pela apatía da população diante da falta de seriedade de seus políticos.
El regime de Micheletti mobilizou mais de 30 mil soldados e policiais, além de membros da reserva, por motivo das eleições.
De acordo com o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, general Romeo Vásquez, 100% dos efetivos estão nas ruas e todas as fronteiras são patrulhadas.
Enquanto isso, membros da resistência denunciaram que nas últimas horas antes do início da votação, as forças de segurança revistaram domicílios e escritórios de dirigentes populares.
Fonte: Prensa Latina
Manuel Zelaya
Zelaya denuncia
falta de supervisão imparcial em eleições hondurenhas
Tegucigalpa, 29 nov. (PL) – O presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, denunciou hoje que as eleições convocadas pelo governo de fato carecem da supervisão de um ente imparcial, devido à evidente cumplicidade estadunidense com os golpistas.
Em declarações à televisora multiestatal Telesur, Zelaya lembrou que as eleições transcorrem sem supervisão oficial da Organização dos Estados Americanos ou das Nações Unidas, ademais do ambiente esvaziado em que se celebram.
Interpelado sobre o papel dos Estados Unidos como garantidor da transparência do processo, o mandatário desmereceu a seriedade de Washington, a cujo governo acusou de jogar como juiz e parte, por estar a favor do regime golpista.
A posição dos Estados Unidos é fatal para a América Latina, cutucou.
Agregou que os opositores ao golpe de Estado carecem de representantes nas mesas eleitorais, razão pela qual não existe uma contraparte para avalizar a seriedade das eleições.
As eleições estão monitoradas pelo mesmo verdugo que cancelou o voto popular ao quebrar a ordem constitucional, impedir minha continuidade e o referendo, disse.
Depois de qualificar o processo eleitoral de farsa, o governante legítimo dos hondurenhos vaticinou que quem saia vencedor das eleições terá que retomar o proceso de concertação nacional abandonado pelos golpistas.
Nesse sentido, Zelaya confiou em que a comunidade internacional acudirá em apoio à democracia hondurenha, truncada na noite de 28 de junho pela força das armas, quando foi obrigado a sair da residência executiva para a Costa Rica.
Fonte: Prensa Latina
Honduras: eleições sob golpe de Estado, um péssimo precedente
Tegucigalpa, 29 nov. (PL) – Cinco meses depois do golpe de Estado em Honduras, o regime de fato pretende legitimar o golpe através das eleições convocadas para hoje, uma perigosa manobra que assenta um péssimo precedente na região.
"As eleições gerais num Estado de fato, sem que previamente se tenha restaurado a democracia e o Estado de Direito, são uma aberração jurídica, uma burla e um engano ao pueblo", advertiu o presidente constitucional Manuel Zelaya.
Zelaya foi sequestrado em sua residência em 28 d
e junho passado por militares encapuzados, que o levaram à base militar de Palmerola e em seguida para a Costa Rica.
"A cúpula das Forças Armadas me traiu", denunciou o mandatário, que responsabilizou pela quartelada a uma elite muito voraz, com muito controle sobre o Congresso, a qual maneja política e economicamente o país.
Após dois intentos infrutuosos para ingressar no território, primeiro pelo aeroporto de Toncontín e depois através da fronteira com a Nicarágua, Zelaya logrou chegar a Tegucigalpa em 21 de setembro passado e desde então permanece na embaixada doBrasil.
Em 30 de outubro último foi assinado um acordo para resolver a crise, mas o pacto fracassou devido às manobras dilatórias do Congresso em restituir o presidente e à intenção do chefe do regime, Roberto Micheletti, de encabeçar um governo de unidade nacional.
Sob essas condições, os hondurenhos estão chamados neste domingo a acudir às urnas para eleger um presidente, três vice-presidentes, 128 deputados, 298 prefeitos e vice-prefeitos e dois mil vereadores.
Cinco candidatos aspiram à primeira magistratura: Porfirio Lobo, do Partido Nacional; Elvin Santos, do Liberal; Felícito Ávila, da Democracia Cristã; Bernard Martínez, de Inovação e Unidade Social-democrata; e César Ham, da Unificação Democrática.
Enquanto isso, o candidato independente Carlos H. Reyes renunciou a participar da farsa para não legalizar o golpe de Estado.
"Não podemos acudir às urnas enquanto não se restitua Zelaya", disse Reyes.
Vários países latino-americanos, entre eles Venezuela, Brasil, Argentina, Equador, Paraguai, Bolívia e Nicarágua, anunciaram seu desconhecimento do processo ilegal.
"América Latina tem experiências de sobra de golpistas que usurparam o poder rompendo os princípios democráticos e, se aceitamos isso, pode ocorrer o mesmo em outro país amanhã", disse o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Para o chefe de Estado equatoriano Rafael Correa o fato de que na região tenham lugar em pleno século XXI golpes de Estado da maneira mais selvagem, similares aos de há três ou quatro décadas, é muito perigoso e preocupante.
Como podem celebrar-se eleições democráticas com os militares na rua, num país sitiado?, se perguntou o mandatário da Venezuela Hugo Chávez e afirmou que os países latino-americanos livres não reconhecerão essas eleições.
Um total de 31 mil soldados e policiais, e inclusive grupos paramilitares, equipados com modernos aparatos de repressão, foram deslocados por todo o território por motivo das votações.
Até o momento só Estados Unidos, Panamá, Perú e Costa Rica manifestaram sua disposição de avalizar as eleições.
Enquanto isso, a ONU, o Grupo do Rio, a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), a presidência da União das Nações Sul-americanas (UNASUR) e outros mecanismos manifestaram seu desconhecimento a esse processo.
A Frente Nacional contra o golpe de Estado em Honduras, que agrupa a uma vasta gama de organizações populares, chamou a cidadania a não participar e permanecer em suas casas das 6 às 18 horas.
"É um toque de recolher popular em protesto pela fraude montado pelos golpistas", disse Rafael Alegría, um dos líderes da resistência.
A ditadura aspira, através de eleições, terminar a crise criada pelo golpe. "A ser assim, a mágica das eleições provará ser a pedra filosofal dos golpes de Estado para justificar-se e transmudar-se em democracia", alerta o jornal Tiempo.
Para a região, constitui um péssimo precedente o fato de que os autores da quartelada, sem recompor a ordem quebrada por eles mesmos nem efetuar uma nova constituinte, pretendam reverter o golpe através da convocação de eleições espúrias.
Fonte: Prensa Latina
Forte mobilização militar em jornada eleitoral hondurenha
Tegucigalpa, 29 nov. (PL) – Sob uma mopbilização militar e policial sem precedentes, transcorrem hoje em Honduras as eleições convocadas pelo regime de fato que usurpou o poder com o golpe de Estado de 28 de junho.
Cerca de 31 mil soldados e agentes, e inclusive grupos paramilitares, foram enviados a todos os municípios por motivo das votações.
O regime de Roberto Micheletti adquiriu nos Estados Unidos um caminhão blindado, pelo valor de 12 milhões de dólares, para reprimir protestos, além de 10 mil granadas e cinco mil projéteis de gás lacrimogêneo, denunciaram organizações humanitárias.
"A compra desses apetrechos, unida à ordem de esvaziar os hospitais, reafirma que enfrentamos terríveis presságios nessas eleições espúrias", advertiu o Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos de Honduras (COFADEH).
Neste fim de semana soldados feriram três jovens quando o veículo onde viajavam se aproximou de uma barreira militar nas imediações do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, nesta capital.
Um dos feridos, Ángel Fabricio Salgado, recebeu um impacto na cabeça e seu estado de saúde é crítico, disseram os médicos que o atendem no Hospital Escuela.
De acordo com testemunhas do fato, os efetivos abriram fogo sem ordenar antes a parada do automóvel e depois limparam a cena do tiroteio.
Enquanto isso, na localidade de Siguatepeque um comando militar invadiu as instalações da organização "Red Comal", ameaçou seus empregados e revistou toda a documentação.
Quarenta e cinco efetivos ingressaram à força na sede, depois de quebrar suas portas, e assinalaram que tinham a ordem de "catear todos os lugares considerados perigosos".
O COFADEH condenou as ações repressivas e chamou a comunidade internacional a adotar ações para conter esta barbárie.
Organizações humanitárias nacionais e internacionais se declararam em emergência há vários dias diante da possibilidade de uma escala de violência sem precedentes durante as eleiçlões.
A Frente Nacional contra o Golpe de Estado, que agrupa várias organizações populares, chamou a população a manter-se em suas casas para resguardar-se das agressões e abster-se de votar para não validar a farsa eleitoral.
Entretanto, nas regões de fronteira com outros países as forças de segurança estão obrigando os cidadãos a se deslocar às urnas e quem se nega é amenazado e reprimido.
Apesar das intimidações várias pessoas entrevistadas pela imprensa manifestaram sua decisão de não acudir às urnas.
"Não podemos ir votar enquanto nosso presidente legítimo, eleito pelo povo (Manuel Zelaya), não estiver de novo na presidência", disse Carmen Rosales, vendedora ambulante.
Na jornada se deverá eleger o primeiro mandatário, três vice-presidentes, 128 deputados e 298 governos municipais.
Tanto Zelaya, como a Frente Nacional contra o Golpe de Estado, anunciaram sua decisão de impugnar as eleições por falta de legitimidade e transparência de um processo convocado pelos mesmos autores da quartelada.
Fonte: Prensa Latina
Ambiente de intimidação militar às vésperas das eleições hondurenhas Tegucigalpa, 28 nov. (PL) – Em meio ao maior aparato militar e policial que de que se tem notícia em Honduras, o país se aproxima das eleições de amanhã, impugnadas pelos setores populares e políticos democráticos.
As Forças Armadas reforçaram a presença de soldados por toda a nação, cresc
ente desde o golpe de Estado de 28 de junho, e inclusive incorporou mais de cinco mil reservistas do Exército às fileiras.
O chefe do Estado Maior Conjunto, general Romeo Vázquez, assegurou que inclusive estão prontas tropas especiais para mover-se rapidamente em helicópteros para qualquer ponto do país em que for necessário no dia da votação.
O porta-voz da policía, Orlin Cerrato, informou que esse corpo está intensificando suas operações, entre elas os patrulhamentos e os bloqueios.
O que estamos fazendo é ter mais presença nas ruas, estamos trabalhando cem por cento juntos com as Forças Armadas, disse.
As eleições estão impugnadas pela Frente Nacional contra o golpe de Estado, que os considera uma farsa fraudulenta para validar o golpe militar que derrocou o presidente Manuel Zelaya.
O estadista adiantou que impugnará legalmente as eleições, ao denunciá-las como ilegais por sua realização por um regime de fato repressivo que destruiu a legalidade democrática de Honduras.
A Frente chamou ontem a população a manter-se amanhã em suas moradias das 6 às 18 horas e não ir a votar para não validar a farsa dos golpistas.
Líderes dessa aliança de forças sociais e políticas, como Juan Barahona e Rafael Alegría, explicaram durante uma manifestação nessa sexta-feira que se tratará de "um toque de recolher popular".
Alegría precisou que a medida evitará também que os hondurenhos sejam reprimidos pelos quase 30 mil militares e policiais espalhados no país pelo regime de fato.
Enquanto isso, na nortista cidade de San Pedro Sula, a segunda do país e seu empório industrial, as organizações da Frente convocaram uma marcha neste domingo para expressar o repúdio às eleições.
Barahona assegurou que a resistência tornará patente, de diversas formas, mas pacíficas, o repúdio do povo do povo às eleições, com as quais – denunció – a oligarquia golpista aspira perpetuar seu poder.
Os porta-vozes do regime e os meios de difusão, em sua maioría propriedade dos grupos de poder que apoiam o golpe, mantêm nesse sábado uma intensa campanha para lograr a afluência dos votantes às urnas.
Porta-vozes do governo de fato, as Forças Armadas, a policía, o Tribunal Eleitoral e o Ministério Público, advertiram que qualquer intento de boicotar a votação será perseguido e castigado com penas de encarceramento
O fiscal geral, Luis Alberto Rubí, disse ter passado instruções aos 530 fiscais do país para procederem contra quems tratar de boicotar o sufrágio, contra os quais anunciou penas de quatro anos de prisão.
Nas eleições participam os cinco partidos reconhecidos legalmente, ainda que três deles, inclusive um dos dois tradicionais, o Liberal, sufreram fortes dissidências internas por sua complicidade com o golpe.
Fonte: Prensa Latina
Eleições, outra tensa escalada da crise em Honduras
Tegucigalpa, 27 nov. (PL) – As questionadas eleições do próximo domingo constituem outra tensa escalada da já prolongada crise em Honduras, ante o rechaço de vastos setores sociais e políticos que as consideram uma farsa.
As eleições aprofundaram a confrontação política, agudizada após o golpe militar de 28 de junho passado, nessa empobrecida nação, entre os grupos de poder que dominam o país e os setores populares postos à margem.
As posições dessas forças são diametralmente opostas diante da votação do dia 29.
A Frente Nacional contra o golpe de Estado, que lidera a resistência desde o próprio dia do golpe militar, ratificou que desconhecerá os resultados das eleições, que considera um intento de legitimar a ruptura da ordem democrática.
Essa aliança demanda como solução à crise a restituição da ordem constitucional e do presidente Manuel Zelaya, assim como a convocação de uma assembleia constituinte, popular e inclusiva.
Juan Barahona, Rafael Alegría e outros líderes da Frente confirmaram que a mobilização popular não se deterá até alcançar esses objetivos.
Zelaya anunciou sua decisão de impugnar as eleições, ao denunciá-las como ilegais por sua organização por um regime de fato. Num fato sem precedentes na América Latina, depois de um golpe de Estado, sem acordo político entre as partes, se pretende, através dos que violentaram o mandato do povo, tutelar um espúrio processo eleitoral, afirmou na véspera.
Acrescentou que as eleições, sob um regime de repressão e censura, com um tribunal eleitoral parcial, sem garantias de liberdade e transparência, têm o objetivo de encobrir e dar impunidade aos autores do golpe.
Enquanto isso, as Forças Armadas, a policía, o governo de fato, os poderes legislativo e judicial, junto com os empresários, insistem em apresentar as eleições como a via de solução do conflito.
Essa postura é apoiada pelo governo dos Estados Unidos, cujo presidente Barack Obama disse há dois dias que são "uma forma de começar do zero".
Os cinco partidos reconhecidos do país se apresentaram às eleições, ainda que três deles sofreram importantes descolamentos de suas bases, direção e inclusive candidatos opostos ao regime de fato.
Estes últimos são o Liberal, que postula o empresário Elvin Santos, Inovação e Unidade Social Democrata e Unificação Democrática, a cujos candidatos, Bernard Martínez e César Ham, os meios de imprensa não dão opções de triunfo.
Os dois restantes são o conservador Nacional e o Democrata Cristão, que nomearam Porfirio Lobo, perdedor diante de Zelaya nas eleições de 2005, e Felícito Ávila.
Liberal e Nacional têm se alternado no poder nas últimas décadas.
Fonte: Prensa Latina
Rechaçamos as eleições convocadas pelos golpistas!
As eleições do dia 29 de novembro em Honduras não têm nenhuma legitimidade. Não pode haver eleições livres e democráticas em um regime gestado num golpe de estado que tirou do governo o presidente Zelaya que continua cercado na embaixada do Brasil.
Um regime que se mantém no poder graças à repressão, com o exército nas ruas, que já conta com mais de 20 assassinatos políticos, que censura e fecha os meios de comunicação independentes e têm milhares de denúncias pela sua violação de direitos fundamentais. Um golpe que se apóia na minoritária oligarquia hondurenha que está levando o país a uma crise global da qual não tem saída sem uma Assembléia Constituinte soberana como defende certeiramente o Frente Nacional de Resistência.
Uma parte importante e majoritária dos governos latino americanos tem assumido a correta postura de não reconhecer o governo nascido destas eleições. Em contrapartida, o governo dos EUA tirou sua máscara de "democrata" ao apoiar estas eleições nascidas do golpe. Tem sua lógica já que desde o começo os golpistas contaram com a colaboração e participação dos militares yankees e da sua inteligência para desenrolar sua ação.
A "Frente Nacional de Resistencia" e o legítimo presidente Zelaya já anunciaram que não irão às urnas e que boicotarão a farsa eleitoral. O PSOL se soma a todos os que rechaçam estas eleições e se solidariza com a Resistência que exige a restituição incondicional do Presidente Manuel Zelaya Rosales à Presidência de República de Honduras.
São Paulo, 25 de novembro de 2009
PSOL – Partido Socialismo e Liberdade