O senador José Nery (PSOL-PA), que se encontra em Copenhague, na Dinamarca, participando da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 15 , informou que até o momento o cenário é de indecisão e a tendência, avalia, é que o encontro caminhe para um final melancólico, terminando em fracasso. Ele, porém, afirmou que não se pode “perder a esperança de um acordo em Copenhague ou pós-Copenhague”, tendo em vista o interesse despertado pela conferência e a ampla participação da sociedade civil.
– Acredito que na reta final do encontro, com a presença de 120 chefes de Estado, de 120 líderes mundiais, seria vergonhoso sair de mãos abanando, sem estabelecer metas de redução de emissões de gases do efeito estufa e sem compromissos de redução dos impactos ambientais – assinalou José Nery.
O parlamentar considera que os países mais ricos, maiores emissores de gases poluentes, são os principais responsáveis pelo impasse nas negociações, dada sua “histórica resistência a cumprir seus compromissos”.
De acordo com o senador, o Brasil e os demais países emergentes deverão pressionar durante as negociações, uma vez que assumiram compromissos voluntários de redução de emissões e de desmatamento e, por essa razão, “têm condições de cobrar um compromisso mais ambicioso”. Segundo ele, cabe a todos trabalhar para que a conferência não acabe de forma melancólica, porque o impacto seria muito negativo, e a possibilidade de que ela não termine em fracasso está em fazer pressão sobre a “postura autoritária” adotada pelos Estados Unidos.
Fundo
O senador criticou a proposta dos países desenvolvidos, feita durante o encontro, de os países emergentes participarem com recursos para o fundo internacional de financiamento contra as mudanças climáticas.
– A maior parte tem que ser paga pelos mais ricos que mais poluem sistematicamente ao longo do tempo, cuja responsabilidade é maior. Os países em desenvolvimento podem colaborar com os mais pobres, mas de forma suplementar – propôs.
José Nery elogiou a postura adotada pelos países pobres, liderados pelos países africanos, de abandonarem as negociações em bloco como forma de protesto contra a decisão dos países desenvolvidos de não adotarem compromissos de redução de emissões. Para o senador, a medida é um modo de esses países cobrarem dos ricos uma postura responsável.
ONGs e movimentos sociais
Conforme o senador pelo Pará, as Organizações Não Governamentais (ONGs) e os “cidadãos do mundo” estão realizando diversas manifestações e passeatas, e pretendem entregar um documento aos realizadores da COP-15, pedindo que os governos dos países atendam aos interesses da sociedade.
Fonte: Cristina Vidigal / Agência Senado