O governo cogita editar uma Medida Provisória no início do ano que vem para definir o reajuste dos aposentados que ganham mais de um salário mínimo, rejeitando a reivindicação destes. O governo somente aceita um reajuste de 2,5% acima do INPC, conforme “acordo” feito com Centrais Sindicais, à revelia das entidades representativas dos aposentados, como a COBAP.
Já o Fator Previdenciário, criado por FHC e mantido por Lula, que reduz e posterga as aposentadorias do INSS, foi derrubado esta semana pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Porém, o governo já anunciou que, caso o Plenário confirme esta derrubada, o Presidente Lula a vetará, alegando que em 2050 o fim do Fator significará uma despesa de 1% do PIB. Interessante observar que tais cálculos de futurologia não existem quando se trata das depesas com o setor financeiro. Somente neste ano, até 14 de novembro, o país já gastou R$ 270 bilhões em juros e amortizações da dívida, o que representa mais de 10% do PIB.
Ao mesmo tempo que o governo alega que o Pré-Sal pode dar riquezas equivalentes ao PIB brasileiro, veta o fim do Fator Previdenciário, sob a alegação que ele isto pode representar um aumento de 1% do PIB em despesas em 2050.
É assim que o país salva da crise o setor financeiro: às custas dos trabalhadores e dos aposentados
Rodrigo Ávila – da assessoria da Liderança do PSOL na Câmara dos Deputados