O governo tucano mostrou nesta terça-feira seu desapreço pela educação ao impor a votação do projeto de lei complementar 29/09 – que institui uma “política” de progressão na carreira baseada na competição entre professores – na Assembleia Legislativa. Docentes que se dirigiram à Alesp para acompanhar a votação foram “recebidos” por um efetivo reforçado da Polícia Militar e homens da Tropa de Choque. “Era hora do presidente da Casa, aliás, todos os deputados fazerem um cordão na rampa da Assembleia para reverenciar os professores. Ao contrário, eles são recebidos pela polícia”, criticou o deputado estadual e lider da bancada do PSOL, Raul Marcelo.
O parlamentar lembrou ainda que “enquanto isso, a corrupção corre solta no Estado. Se reduzíssemos em um ponto percentual o índice de corrupção brasileira, teríamos um acréscimo de R$ 28 bilhões no orçamento, que poderia ser investido na educação”. Raul Marcelo também criticou o fato da propositura não ter sido discutida com os professores e suas entidades representativas, assim como não ter sido acatada nenhuma sugestão de alteração do texto encaminhado pelo Executivo.
Os deputados do PSOL votaram contra o projeto. “Precisamos ter uma política de valorização dos professores séria, e não esse arremedo. Por não termos essa política, é que aquele jovem que está saindo do banco das escolas não vê mais a carreira de professor como perspectiva profissional”, lembrou Raul Marcelo. “A previsão do gasto com educação para este ano é de 22 bilhões de reais. As pessoas perguntam o que está acontecendo com os recursos dos impostos que as pessoas estão pagando. O problema é que o Serra usa o dinheiro da educação para pagar a dívida. Um homem do mercado financeiro foi quem elaborou essa política, o secretário Paulo Renato. E isso aqui é mais um projeto que faz parte do grande projeto de acabar com a educação pública”, concluiu o deputado.